'A camisa da seleção é nossa', defende o público da Parada LGBTQIA+
A 28° Parada do Orgulho LGBT+ de São Paulo atendeu o pedido feito pela cantora Pabllo durante o show da Madonna no Rio, mês passado, e hoje, em suas redes sociais.
"Filhas, quero convocar todas vocês a irem de verde e amarelo, pra gente fazer a nossa bandeira brilhar novamente", disse ela.
"A camiseta da seleção é um patrimônio do brasileiro. Nos últimos anos quiseram colocar ela como símbolo da extrema-direita. Por isso a gente tem a ideia de trazer essa marca para todos os brasileiros", disse Raphael Lesnock, 29, analista de planejamento.
O seu namorado, João Peclad, 21, analista de marketing, conta que morava no Rio de Janeiro e sentia a cidade com muitas pessoas homofóbicas.
"Eu vim para São Paulo para trabalhar e para morar junto do Raphael. Foi com ele que conseguir ser livre pela primeira vez. A Parada representa isso tudo", conta.
Já Ana "animal", 61, promotora, veio em todas as Paradas LGBT+ e conta: "Eu nunca tive vergonha de usar verde, amarelo ou a camiseta da seleção. Mas sim, a galera da Parada estava cismada de usar essas cores. Já estava na hora da gente retomar o nosso orgulho plenamente, inclusive, o orgulho do Brasil", diz.
Os amigos Denner Martins, 27, gerente de banco, e Estevan Robert, 33, administrador, vieram para a Parada LGBT+ com camisetas da seleção brasileira com os nomes marcados nas costas.
"Isso aqui é nosso. Precisou vir a Madonna com a Pabllo pra gente lembrar que a gente precisava tomar a nossa bandeira e os símbolos do Brasil de volta", diz Denner.
Thayna Almeida, 25, autônoma, veio com um grupo grande de amigos. "A nossa camisa e nossa bandeira foram roubadas. A gente está tomando de volta", explica a jovem que usa uma regata da seleção.
O casal Henrique Cherichella, 34, especialista em diversidade e inclusão, e Thiago Sartorato, 34, esperavam o discurso da deputada Erika Hilton quando falaram com o Splash.
"A gente veio se divertir, mas é muito importante a gente mostrar que a bandeira é de todos e todas e não da extrema-direita", diz Henrique.
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