Famílias, discursos e camisas da seleção: a Parada LGBTQIA+ de 2024
A 28º Parada do Orgulho LGBTQIA+ aconteceu neste domingo (2), na avenida Paulista, em São Paulo. O evento teve como tema um pedido ao púbico: vote consciente por direitos da comunidade. Para complementar, a organização incentivou as pessoas usarem camisetas com as cores do Brasil durante o cortejo.
Segundo a organização, circularam 3 milhões de pessoas por ali. O Monitor do Debate Político no Meio Digital da Universidade de São Paulo, porém, avaliou a marcha às 14h30 e estimou público de 73,6 mil pessoas (com margem de erro de 8.800 para mais ou para menos).
O pedido de usar as cores da bandeira foi acatado por boa parte do público. Desde a concentração, às 10h, era possível ver camisetas do Brasil espalhadas pela avenida, em meio às clássicas bandeiras coloridas. Até mesmo ambulantes estavam vendendo a peça, para quem quisesse entrar na onda.
Pabllo Vittar, uma das atrações mais aguardadas do dia, também escolheu vestir o verde e amarelo para cantar. No show, ela entregou diversos hits de sua carreira e até mesmo cantou Madonna.
Antes da Pabllo, a deputada Erika Hilton fez um discurso exaltando a reivindicação do uso da bandeira brasileira pela comunidade. "O Brasil é preto, é LGBTQIA+, é travesti, é sapatão e não binário. Esse é o Brasil."
Quem também aproveitou para falar de política foi Gloria Groove. "Basta de negligência, basta de retrocesso no Legislativo, nenhum direito a menos", disse.
O fim a parada aconteceu perto das 19h, quando se dispersou próximo da Praça Roosevelt, no centro de São Paulo.
Em família
O clima no início da Parada foi de festa, e também de sol —os termômetros registraram 24°C, diferente do restante da semana, em que o frio não deu trégua.
Muitas famílias estiveram presentes. O casal Eduardo Masuko, 34 e Luís Augusto, 36, levou o filho Martin, de 9 meses, para participar do cortejo para celebrar a diversidade da própria família.
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Quero receberO bebê foi gerado pela irmã de Eduardo, no formato barriga solidária com óvulo de uma doadora anônima. "Estarmos aqui mostra que é possível sermos pais. Viemos para mostrar que somos felizes com a paternidade, e tá tudo bem", celebra ele.
Eles são casados há 3 anos, mas estão juntos há 18. "Família pode ser de todos os jeitos. Nossa configuração de família é diferente, e a gente consegue ser muito feliz com isso", disse Luís.
O clima familiar se estendeu para um grupo de amigas que se reuniu para distribuir 'abraços de mãe' para o público da Parada. Thaís Nunes, 42, a idealizadora da ação, foi motivada pela própria história para criar o movimento.
Ela nasceu em uma família religiosa, e sofreu com a falta de apoio por conta de sua sexualidade. "A gente sabe o quanto as pessoas precisam disso. Isso é muito importante. A gente está aqui para mostrar que todo mundo é amado e precisa de amor".
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