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'Realities hoje têm menos interferência', diz produtor do 'BBB'

Imagem da final do BBB 24, produção da Endemol Shine Brasil Imagem: Reprodução/Globoplay

Colaboração para Splash, no Rio

07/06/2024 20h21

A indústria de não ficção tem evoluído e se adaptado rapidamente às mudanças sociais e tecnológicas. Para que essa evolução continue, é crucial manter a autenticidade, diversidade e respeito às novas formas de consumo de conteúdo. Essa é a conclusão de três especialistas no assunto: Allan Lico (Endemol Shine Brasil), Eduardo Gaspar (Boxfish Brasil) e Mônica Almeida (TV Globo). O trio debateu o tema no Rio2C, na capital carioca.

Lico enfatizou a importância de contar boas histórias e como isso prevalece acima de tudo. Ele mencionou que programas como o 'Big Brother Brasil', produção da Endemol, são exemplos disso. "Oitenta por cento do sucesso de um reality show é o elenco. Procuramos autenticidade nas pessoas e nas histórias que compramos", afirmou.

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Ele reforçou que o 'BBB' é o único formato no mundo que nunca saiu do ar porque teve capacidade de renovação, sempre com boas histórias e autenticidade. E mencionou que, anteriormente, havia maior interferência nas produções dos realities, mas hoje a tendência é deixar que os participantes conduzam a narrativa de forma mais natural.

Antes, a gente interferia muito mais. Às vezes, não queríamos perder o personagem. Hoje, eu sinto que quanto menos interferimos, melhor. Acabamos de fazer um reality show para a Netflix em que absolutamente tudo foi comandado pelos jurados. Eu sofri quando perdi um personagem muito bom no segundo episódio, mas era assim que tinha que ser. Allan Lico, da Endemol Shine Brasil

Ainda falando de 'BBB' e outros realities, Mônica Almeida destacou a importância de 'tropicalizar' os formatos, adaptando-os para a realidade brasileira.

O Brasil tem uma vocação e uma tradição para devolver ao público esse interesse pelo conteúdo nacional. O 'BBB' se transformou em algo único no Brasil. Mônica Almeida, da TV Globo

O trio também discutiu bons exemplos de produções criativas, como a CazéTV.

"O Cazé está inaugurando um novo modelo de negócio. O que ele está fazendo é impressionante. Eles estão transmitindo Copa, Olimpíadas... É realmente inovador. Eles estão criando de fato um ambiente onde talvez você possa ser mais autêntico, mais verdadeiro", disse Lico.

Eduardo Gaspar, um homem preto e homossexual, destacou a necessidade de trazer diferentes vozes e vivências para as produções, além de saber dialogar com outras plataformas.

Hoje, qualquer um pode ser um gerador de conteúdo. Isso faz com que seja um desafio para nós, como criadores, engajar com essas pessoas. Eduardo Gaspar, da Boxfish Brasil

Mônica concordou e falou sobre a importância de entender e respeitar onde o público quer consumir o conteúdo.

Lico concluiu reforçando a importância de se ter orgulho do que é feito no Brasil e de valorizar o mercado local.: "Temos um mercado brasileiro cada vez mais fortalecido e autoral."

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