OPINIÃO
Com vários hits, Paralamas do Sucesso fazem show impecável no João Rock
Gustavo Brigatti
Colaboração para Splash, em Ribeirão Preto
08/06/2024 22h06
Não é preciso muito esforço para entregar um bom show quando se tem mais de 40 anos de história e um repertório à altura. Mas não é o caso dos Paralamas. No palco do João Rock, na noite deste sábado (8), Herbert, Bi e Barone entregaram, sim, um espetáculo digno de uma das maiores bandas do Brasil.
Escudados por um naipe de metais e pelo quarto Paralama, o pianista João Fera, o trio subiu ao palco após a introdução de "Baba O'Riley", do The Who, para executar logo um dos seus primeiros sucessos, "Vital e sua Moto", de 1983. A partir daí foi hit atrás de hit.
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Primeiro privilegiando suas canções mais calcadas em ska, como "Cinema Mudo", "Ska" e "Loirinha Bombril" - esta, com a participação de Samuel Rosa tocando guitarra e dobrando os vocais com Herbert. "A gente só é o que é porque tivemos bons professores", derreteu-se Samuel, logo que entrou no palco.
O set dançante deu uma pausa para um medley mais político, com "Polícia", dos Titãs, acoplada a "Selvagem", dialogando com colagem de imagens de protestos e repressão policial no telão. Deu uma pesada no clima? Nem um pouco, mas, por via das dúvidas, a banda sacou duas baladas na sequência: "Cuide Bem do Seu Amor" e "Aonde Quer Que eu Vá", ambas "mais recentes", lançadas nos anos 2000.
"Lanterna dos Afogados", com um solo matador de piano de João Fera, retomou o repertório de clássicos dos anos 1980 e 1990 que dominaria o show dali pra frente. Algumas ganharam roupagem diferentes, como acréscimo de metais e inclusão de solos ou trechos de outras músicas.
"O Beco", por exemplo, ganhou uma camada de piano e um solo de João Barone. "Alagados" foi cruzada com o refrão de "Sociedade Alternativa", de Raul Seixas, enquanto "Uma Brasileira" ficou mais reggueira.
Para alegria do público late millenial, a banda ainda incluiu faixas pré-históricas, mas que transbordam memória afetiva, como "Melô do Marinheiro", "Óculos" e "Meu Erro", que encerrou o show com um explosivo solo de guitarra.
Impossível pedir/querer/esperar mais.
** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL