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Com vários hits, Paralamas do Sucesso fazem show impecável no João Rock

Não é preciso muito esforço para entregar um bom show quando se tem mais de 40 anos de história e um repertório à altura. Mas não é o caso dos Paralamas. No palco do João Rock, na noite deste sábado (8), Herbert, Bi e Barone entregaram, sim, um espetáculo digno de uma das maiores bandas do Brasil.

Escudados por um naipe de metais e pelo quarto Paralama, o pianista João Fera, o trio subiu ao palco após a introdução de "Baba O'Riley", do The Who, para executar logo um dos seus primeiros sucessos, "Vital e sua Moto", de 1983. A partir daí foi hit atrás de hit.

Primeiro privilegiando suas canções mais calcadas em ska, como "Cinema Mudo", "Ska" e "Loirinha Bombril" - esta, com a participação de Samuel Rosa tocando guitarra e dobrando os vocais com Herbert. "A gente só é o que é porque tivemos bons professores", derreteu-se Samuel, logo que entrou no palco.

Samuel Rosa faz participação especial no show dos Paralamas do Sucesso, no festival João Rock, neste sábado (8), em Ribeirão Preto (SP)
Samuel Rosa faz participação especial no show dos Paralamas do Sucesso, no festival João Rock, neste sábado (8), em Ribeirão Preto (SP) Imagem: Tomzé Fonseca/AgNews

O set dançante deu uma pausa para um medley mais político, com "Polícia", dos Titãs, acoplada a "Selvagem", dialogando com colagem de imagens de protestos e repressão policial no telão. Deu uma pesada no clima? Nem um pouco, mas, por via das dúvidas, a banda sacou duas baladas na sequência: "Cuide Bem do Seu Amor" e "Aonde Quer Que eu Vá", ambas "mais recentes", lançadas nos anos 2000.

"Lanterna dos Afogados", com um solo matador de piano de João Fera, retomou o repertório de clássicos dos anos 1980 e 1990 que dominaria o show dali pra frente. Algumas ganharam roupagem diferentes, como acréscimo de metais e inclusão de solos ou trechos de outras músicas.

"O Beco", por exemplo, ganhou uma camada de piano e um solo de João Barone. "Alagados" foi cruzada com o refrão de "Sociedade Alternativa", de Raul Seixas, enquanto "Uma Brasileira" ficou mais reggueira.

Para alegria do público late millenial, a banda ainda incluiu faixas pré-históricas, mas que transbordam memória afetiva, como "Melô do Marinheiro", "Óculos" e "Meu Erro", que encerrou o show com um explosivo solo de guitarra.

Impossível pedir/querer/esperar mais.

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