Sem apontar para futuro, Charlie Brown JR 30 vira cover de si próprio
Em meio a uma batalha jurídica pelo espólio de Chorão envolvendo viúva, filho e ex-companheiros de banda, o Charlie Brown Jr. segue existindo no coração dos fãs. É para eles — e só para eles — que Thiago Castanho e Marcão Britto botaram em pé o CBJR - 30 Anos, que se apresentou entre a noite de sábado (8) e a madrugada de domingo no João Rock.
Há três anos que os ex-guitarristas do Charlie Brown Jr., Thiago e Marcão, se juntaram ao ex-vocalista do Tihuana, Egypcio, para fazer shows com as músicas do grupo de Santos. Para o João Rock, o set list escolhido percorre quase todas as fases do CBJR — de "Vou Te Levar Daqui" a "Pontes Indestrutíveis", passando por "Só os Loucos Sabem" e "Céu Azul".
Trata-se, portanto, de um tributo que não parece ter outra intenção que não a de celebrar o legado do grupo. Toda a dinâmica do espetáculo é pensada em homenagear o passado, não em construir o futuro — e está tudo bem, pelo menos para os fãs, que continuam ouvindo as músicas que amam executadas com competência e carinho.
Além de Egypcio, a apresentação contou com um vocalista convidado de uma banda cover de Charlie Brown Jr. Diferente do cantor titular, este personifica Chorão, tanto em voz quanto em trejeitos. Cantou "Só Por Uma Noite" e "Lutar Pelo Que É Meu".
Os dois remanescentes originais também assumem vocais. Thiago canta "Céu Azul", enquanto Marcão comanda "Como Tudo Deve Ser". Em "Só os Loucos Sabem", um dos bateristas também canta com Egypcio depois de fazer beat box com Marcão.
Do lado do público, o tributo pode continuar existindo, talvez até convidando outros ex-integrantes e vocalistas. O que o fã quer é continuar, pelo menos na imaginação, vendo ali sua banda do coração. E não dá pra entregar mais do que o que Thiago e Marcão estão oferecendo.
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