Fandoms de K-pop se mobilizam contra PL antiaborto
Esta é apenas uma parte da newsletter Universo K-Pop. Inscreva-se para receber a versão completa gratuitamente por email toda segunda
A deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP) iniciou campanha nas redes sociais para que Fandoms se posicionassem contra a PL1904, que equipara a pena de aborto à de homicídio para procedimentos realizados em caso de estupro quando a idade gestacional é superior a 22 semanas.
O apelo figurou nos assuntos mais comentados do X (antigo Twitter). Políticos, jornalistas e ativistas se juntaram em uma intensa mobilização contra o novo projeto de lei.
Diversos fãs utilizaram hashtags sobre o projeto com o nome de seus grupos preferidos: #ArmysContraPL1904, #StaysContraPL1904, #BlinksContraPL1904, entre tantos outros fandoms de K-pop participaram da ação.
É da natureza dessas comunidades de fãs ter uma presença online gigantesca. No site da Câmara dos Deputados, a enquete, que estava acirrada entre "concordo totalmente" e "discordo totalmente" da PL, mudou após participação massiva dos fãs. Nesta segunda (26), às 13h, 12% concordam —cerca de 110 mil votos— e 90% discordam —mais de 905 mil votos.
O fã-ativismo não é algo novo, pois ser fã, em muitas ocasiões, é um ato de resistência. Fãs são constantemente ridicularizados, ainda mais quem gosta de k-pop. Apesar disso, são capazes de criar uma rede de apoio enorme em prol de projetos sociais, em protestos e em atrapalhar oposições, como agora.
As práticas que os fãs utilizam são variadas, criativas e, claramente, possuem um valor importante dentro das redes sociais. Nesse aspecto, os fãs têm vantagem numérica e de inteligência, pois possuem expertise em usar determinadas funções, por nos trendings mais rápido e fazer as contas caírem.
Desmerecer fãs não é apenas um erro, é tapar os olhos para uma forma interessante e crescente de ativismo digital.
No Chile também rolou
Não é a primeira vez que fãs de K-pop se unem por questões políticas, participando de atos de resistência e de ativismo online e offline. Caso recente foi o da eleição do presidente chileno Gabriel Boric, em 2021.
Com medo do crescimento da extrema direita, fãs de K-pop se uniram para disseminar memes a favor de Boric, além de usarem fancams como spam para atrapalhar a oposição e até lightsticks nos eventos. K-poper também é politizado.
A importância do X
O X (antigo Twitter) é a principal rede utilizada por fandoms, especialmente os de k-pop. Tanto fãs quanto idols costumam fazer updates por lá. A dominação dos 'k-popers' por lá é tanta que, por vezes, incomoda quem não entende nada do universo.
Como é uma rede de alto engajamento e textos rápidos, acaba sendo o lugar ideal para fãs conversarem sobre seus ídolos, postarem fotografias e vídeos de shows.
Deixe seu comentário