Maceió gasta R$ 15 mi com shows de São João; Gusttavo Lima ganha 'aumento'

A dupla Victor & Léo, que retornou recentemente aos palcos, terá cachê de R$ 750 mil para cantar no São João Massayó 2024. Luan Santana e Nattan vão receber R$ 700 mil cada um. Alok, Ana Castela, Leonardo, Simone Mendes e Bruno e Marrone terão cachê estimado em R$ 650 mil cada.

Nome famoso da música nordestina, João Gomes terá cachê de R$ 500 mil. Belo e a dupla Zezé di Camargo e Luciano ganharão R$ 450 mil cada. Gustavo Mioto subirá aos palcos das festividades juninas na capital alagoana por R$ 400 mil. O cachê mais barato anunciado até o momento pela prefeitura é do cantor Toninho Canibal, que receberá R$ 30 mil pelo show.

Valor investido pelo prefeito JHC (PL-AL), que tenta a reeleição neste ano, é para bater de frente com as festas juninas mais tradicionais do país: o São João de Caruaru, em Pernambuco, e o de Campina Grande, na Paraíba. Vale destacar que há ainda atrações anunciadas pela prefeitura de Maceió cujos cachês não foram publicados pela gestão municipal, mas que são artistas que cobram caro, a exemplo de Léo Santana — o artista tem cachê estimado em R$ 450 mil.

Prefeitura aumentou gastos com São João da cidade. Em 2022, conforme dados do portal da transparência da gestão municipal, foram investidos cerca de R$ 8,3 milhões. No ano seguinte, 2023, os gastos dobraram e foram a R$ 16,4 milhões. Pelos três anos consecutivos, Gusttavo Lima figura como o maior cachê pago pela prefeitura sob o comando de JHC — R$ 800 mil em 2022, R$ 980 mil em 2023 e R$ 1,2 milhão neste ano.

Além dos cachês altos, a prefeitura também foi criticada nas redes sociais por priorizar artistas que não têm tradição com o São João ou com a cultura de Alagoas. Entre os anunciados até o momento, os destaques são artistas do sertanejo, eletrônico e algumas bandas de forró como Limão com Mel e Calcinha Preta. A Splash, a prefeitura alegou que "a grade foi organizada pela Fundação de Cultura de Maceió com programação diversificada".

Festividade traz retorno positivo para cidade, alega prefeitura

A Splash, a prefeitura de Maceió justificou o investimento milionário porque as festividades alavancam o turismo na cidade. Conforme a gestão municipal, em 2023 o São João de Maceió movimentou R$ 351 milhões na economia local, "com cerca de 60% dos hotéis da cidade ocupados, um recorde para a estação", além de gerar empregos temporários e renda extra para trabalhadores autônomos.

Maioria do público aprova o evento, afirma a prefeitura. Na nota, a gestão de JHC aponta que as festividades juninas da capital "já se consolidaram entre as mais importantes do Nordeste" neste período, tem aprovação de "98% do público, com desejo de retorno superior a 90%".

Veja a íntegra da nota da prefeitura:

O investimento no São João Massayó 2024 está orçado em aproximadamente R$ 15 milhões. Em apenas duas edições realizadas, o São João de Maceió já se consolidou entre os mais importantes do Nordeste brasileiro, mesmo disputando mercado com outros eventos já tradicionais no calendário, como Caruaru (PE) e Campina Grande (PB).

Na edição passada, de acordo com a pesquisa Mercatus, realizada pelo trade turístico de Maceió, o São João movimentou R$ 351 milhões na economia local, com ocupação hoteleira na casa dos 60%, um recorde para a estação.

A pesquisa mostra, ainda, que o São João Massayó teve aprovação de 98% do público, com desejo de retorno superior a 90%. As festividades geram trabalho temporário e renda extra para mais de 50 atividades econômicas, beneficiando cooperativas, empreendedores individuais, pequenos negócios e toda a cadeia produtiva ligada ao setor de serviços.

É importante salientar que o turismo é a principal indústria de Maceió, respondendo por quase 20% das receitas da cidade.

Quanto à formação da grade, a Fundação de Cultura de Maceió montou programação diversificada, tanto com artistas locais quanto nacionais.