Best of Blues and Rock retoma tradição e comprova: rock está sempre na moda

Os caras do CPM 22 e o Di Ferrero tocam para caralho. Vou explicar: depois da pandemia, os festivais voltaram com tudo e é legal ter shows diferentes. Nada contra. O que não pode é o rock não ter mais espaço, entende? Por isso, o Best of Blues and Rock é resistência. Fernando Nunes, 69, pizzaiolo

Na coletiva de imprensa, os artistas se mostraram abertos para novidades. A entrevista com as cinco atrações foi realizada na parte interna do auditório.

Zakk Wylde afirmou que "a música está evoluindo". Ele não vê problema nos novos artistas que fazem música sem instrumentos e divulgam o trabalho no Instagram. Ele explicou que ainda há espaço para "encher estádios para que as pessoas ouçam e dancem. Por isso, está tudo certo com as novidades".

"Eu toco guitarra e amo todos os sons de hoje. Com som tradicional ou não, esses caras inspiram a molecada a pegar nos instrumentos. Isso é valioso e nunca sai de moda", contou Raphael Iglesias, 39, editor de vídeo. Ele foi acompanhado de sua namorada, Cristina Mizukwa, 37, bancária.

Di Ferrero

Abrindo o festival em pleno sol das 14h, Di Ferrero trouxe um show com muita energia. A apresentação foi focada nas músicas do seu primeiro álbum solo ":( UMA BAD UMA FARRA :)" (2022), e em clássicos do NX Zero.

Sem negar a influência de Anthony Kiedis, do Red Hot Chili Peppers, na postura de palco, Di uniu o cover de "Californication" da banda norte-americana à canção "Hoje o Céu Abriu". "Realmente, o público do Best of Blues and Rock é um público diferente, mas eu senti a galera junto. Eu me surpreendi pela recepção calorosa", disse.

CPM 22

Entre hits "hinos" da banda, o CPM 22 tocou o repertório do álbum "Enfrente", primeiro trabalho de estúdio desde "Suor e Sacrifício", de 2017. Badauí disse que a banda adora tocar em tardes ensolaradas e que era legal tocar no Ibirapuera, parque que frequenta.

"Hoje eu e vocês vamos sair bronzeados do Ibira", disse Badauí. O punk esteve presente no cover de "Blitzkrieg Bop", dos Ramones

Eric Gales

Corrente de ouro, boné virado para trás e muito carisma; assim surgiu Eric Gale no palco. Um dos maiores expoentes do blues moderno, constantemente comparado ao mestre Jimi Hendrix, o guitarrista americano repetiu boa parte da apresentação no Rio de Janeiro, desfilando suas influências no rap e no funk.

Ele, inclusive, repetiu a brincadeira que fez no Rio de pedir a divertida ajuda do público para dizer em português o palavrão "du caralho", para expressar a gratidão pela participação das pessoas. A plateia foi ao delírio com "You don´t Know the blues", com a música instrumental que faz referência à capoeira e com o final apoteótico em que Eric Gales tocou "Voodoo Child", do Jimi Hendrix, com direito a citações de "Fur Elise", do Beethoven, "Kashmir", do Led Zeppelin e "Back in Black", do AC/DC.

Joe Bonamassa

"Nas minhas redes sociais sempre tinha algum cara pedindo para tocar no Brasil e eu pensava se essas pessoas realmente existiam. Se houvesse um fã real, eu já estaria feliz", contou o humilde Joe Bonamassa. O blueseiro retornou ao país após 11 anos da última apresentação. Ele viu uma multidão que lotou o Ibirapuera para ouvir a sua banda afiada.

Joe focou nas canções do álbum "Blues Deluxe Vol. 2" (2023). O álbum conta com músicas como "Twenty-Four Hour Blues", "Well, I Done Got Over It" e "I Want To Shout About It".

Zakk Sabbath

Para fechar a noite, o guitarrista Zakk Wylde trouxe o projeto Zakk Sabbath com tributo ao Black Sabbath. Em meio a jaquetas pretas e camisetas flaneladas, era fácil encontrar fãs da Black Label Society e Ozzy Osbourne, os outros trabalhos de Zakk.

"Eu amo o Zakk. O nosso motoclube está arrecadando roupas para doação aqui no festival, mas, além do trabalho, todos nós estamos loucos para ver o som do Black Sabbath na mão dele", contou Tiago Ribeiro, 32. Ele é analista de sistema e participante do motoclube Insanos, de Osasco (@insanosmc).

O enorme telão do Auditório Ibirapuera mostrava a reluzente lua cheia. Enquanto isso no palco a banda tocava clássico do heavy metal, como "War Pigs" e "N.I.B"

Assista à apresentação de 'N.I.B'

O Best of Blues and Rock continua até o dia 25 de junho. Neste domingo (23) e na segunda (24) segue para Curitiba e, na terça (25), passa por Belo Horizonte.

Veja Zakk Sabbath tocando 'War Pigs"

Best of Blues and Rock

Só quem é Assinante UOL garante 50% de desconto na compra de até 6 ingressos.

Hibria, Zakk Wylde, Eric Gales e Joe Bonamassa
Quando: domingo, 23/6, às 20h (Hibria e Zakk Wylde), e segunda, 24/6, às 20h (Eric Gales e Joe Bonamassa)
Onde: Tork n' Roll (av. Mal. Floriano Peixoto, 1.695, Rebouças)
Quanto: a partir de R$ 195 (meia-entrada)

Yohan Kisser e Zakk Wylde
Quando: terça, 25/6, às 21h
Onde: Mister Rock (av. Teresa Cristina, 295, Prado)
Quanto: a partir de R$ 245 (meia-entrada)

Ingressos à venda pelo site da Eventim.