Saiba o que muda com o fim do Star+, integrado ao Disney+ a partir de hoje
A Disney encerrará as operações da plataforma de streaming Star+ na América Latina a partir de 24 de julho. Mas, a partir desta quarta-feira (26), todos os filmes e séries que marcaram o serviço ao longo de sua curta história —incluindo "The Bear", "Pobres Criaturas" e "American Horror Story"— passam a integrar o catálogo do Disney+.
Estamos trazendo o Star+ para 'dentro' do Disney+: conteúdos para todas as idades, incluindo familiares e de entretenimento geral e os esportes da ESPN, em uma mesma plataforma.
Renato D'Angelo, gerente geral da Disney no Brasil, em entrevista exclusiva para Splash
A mudança marca o fim da "primeira fase" do grupo no vídeo sob demanda por assinatura, substituindo uma estratégia de múltiplos serviços para uma iniciativa única. "Foi uma etapa extremamente importante, pois nos permitiu entender que, com o novo Disney+, podemos oferecer uma proposta integrada e aprimorada, que condensa toda a força de nosso conteúdo em um único lugar e com uma tecnologia superior", conta Natália Scalia, gerente geral do negócio D2C da Disney para a América Latina.
A tática no Brasil sempre esteve alinhada com a dos Estados Unidos. Natália explica que, por lá, a Disney possui três serviços de streaming distintos: Disney+, voltado para toda a família; Hulu, para o público adulto; e ESPN+, para os fãs de esportes. No início deste ano, o Disney+ americano integrou o catálogo do Hulu, permitindo aos assinantes do plano conjunto acessar ambos os conteúdos no mesmo lugar. A fusão atual no Brasil é a interpretação local dessa união de esforços.
Essa decisão é parte da nossa evolução no negócio de streaming. Natália Scalia
Como fazer a migração
Os maiores impactados são os usuários do Star+. Quem tinha apenas esta plataforma, caso continue com a sua assinatura, precisará baixar o Disney+ nos próximos dias. O usuário e a senha continuarão os mesmos, mas nem o histórico do que foi assistido, nem as recomendações, não vão migrar para o novo serviço.
As ações feitas anteriormente em um aplicativo não se refletirão no outro. "Isso significa que o usuário que tinha Star+ ou Combo+ e acessa uma assinatura do novo Disney+ não verá o conteúdo guardado em 'Minha Lista' do Star+ ou no histórico de visualização atual no novo Disney+. Isso também se aplica a outras funções, como os perfis e ajustes do Star+. As mudanças feitas no Star+ não se refletirão no aplicativo ou no site do Disney+", explica Scalia.
A dica é: anote o que está na sua lista e o quais os últimos episódios assistidos. Lembre-se de fazer tudo isso antes da próxima segunda (1º).
No caso de crianças com acesso ao Disney+, é importante bloquear os perfis dos adultos com senha e limitar a classificação indicativa. Isso pode ser feito na opção "editar perfis" do menu da plataforma. Dessa forma, evita-se que produções para maiores de 16 e até de 18 anos, que estão chegando do Star+, fiquem acessíveis para os mais novos.
Para quem tinha o Combo+ ou apenas o Disney+, Natalia Scalia informa que "nada mudará". A grande vantagem é a integração de mais conteúdos no mesmo lugar, facilitando a vida do espectador.
Novos preços e acesso aos esportes ao vivo
O plano padrão da plataforma passa a custar R$ 43,90 mensais. É um aumento de R$ 10 para quem tinha apenas o Disney+, mas uma redução de R$ 12 em relação ao Combo+. A opção anual sai por R$ 368,90, um reajuste de R$ 89.
Natalia Scalia afirma que haverá um preço promocional para quem passar pela migração. "Cada assinante recebeu uma comunicação com os detalhes."
Há ainda uma nova opção, a premium, que custará R$ 62,90 ao mês —R$ 7 a mais que o antigo combo— ou R$ 527,90 ao ano. Além do sinal 4K e a possibilidade de até quatro dispositivos simultâneos, esse pacote mais caro incluirá o sinal dos seis canais ESPN.
Para Splash, Natalia Scalia esclarece que o catálogo esportivo, incluindo transmissões ao vivo, estará disponível em todos os pacotes do Disney+ "pela primeira vez ao nível global". O que muda entre os pacotes é o nível de acesso a eles.
O acesso ao conteúdo do Disney+ será aberto a todos, mas os assinantes do Disney+ Premium podem assistir aos canais lineares da ESPN no Disney+. Isso também vale para transmissão de eventos esportivos ao vivo e programas de estúdio. Já o plano Disney+ Padrão e Disney+ Padrão com Anúncios acessa apenas os canais ESPN e ESPN 3.
Plano com anúncios: o caso do Meli+
Outra novidade dessa nova fase do Disney+ é a integração de uma nova modalidade de assinatura, com anúncios. Para Splash, a companhia informa que esse pacote será comercializado apenas em ofertas com parceiros, como o Mercado Livre, que oferece o Meli+. Até agora, os assinantes do pacote oferecido pelo marketplace têm acesso irrestrito ao Combo+, com os dois serviços sem custo adicional. A partir de 1º de julho, o Disney+ incluso será aquele com propagandas. O Meli+ é comercializado por R$ 19,99 mensais.
Natalia Scalia comenta que o tempo de publicidade será gerenciado para não comprometer a experiência do usuário. A executiva não revela quantos minutos de propagandas os espectadores assistirão por hora, apenas que os detalhes específicos variam e serão avaliados caso a caso para não se tornar algo "maçante". "É nossa responsabilidade garantir que a publicidade 'faça parte' e não seja 'a parte' da experiência."
Brasil
Junto à unificação, o novo Disney+ conta com conteúdos brasileiros exclusivos e inéditos. Scalia explica que o público do país demanda produções nacionais e eventos esportivos ao vivo e, por meio das redes sociais, esses pedidos foram escutados. "Esse comportamento reforçou a importância de incluir uma ampla gama de conteúdos locais e esportivos na nova plataforma integrada, atendendo aos interesses e às preferências dos consumidores brasileiros. Hoje, temos conteúdos brasileiros para todas as idades, como a série 'Impuros', que chega agora à quinta temporada, e e novas produções, como 'Americana', 'Amor da Minha Vida', 'Vidas Bandidas' e 'Tarã', que estão prestes a se somar ao nosso lineup."
Em evento de lançamento, também foram anunciadas: "Jogos Cruzados", "Capoeiras", "O Som e Sílaba", "Volta Priscila" e "Passinho".