Fãs esperam mais de 15 horas na grade para ver show de Luan Santana no RN
Thífanny Alves
Colaboração para Splash, em Mossoró (RN)
29/06/2024 17h21Atualizada em 29/06/2024 17h22
Uma das apresentações mais esperadas no Mossoró Cidade Junina 2024, o show de Luan Santana aconteceu na última quinta (27), mas começou a repercutir muito antes do horário do cantor subir no palco.
Isso porque, as primeiras fãs chegaram na Estação das Artes Eliseu Ventania por volta das 7h30 para marcar o lugar na grade.
Vim de Natal/RN e cheguei no lugar do show de manhã bem cedo. Trouxe cartazes e presentes para entregar para ele. Juliane Lourdes
A movimentação dos fãs fez a organização do MCJ mudar os planos: a abertura dos portões que acontecia pela noite foi antecipada para às 14h. Foram cerca de 15 horas de espera até o show que começou por volta de 22h30.
"Nós recebemos informações de que viriam muitas caravanas, e que o público ia chegar cedo. Isso se confirmou nas primeiras horas da manhã. Por isso começamos a trabalhar às 14h, com o fechamento das ruas, abertura dos portões e revistas", explicou o secretário de Segurança do município, Walmary Costa.
De Sousa, na Paraíba, Augustefânia Cláudia chegou em Mossoró às 11h. Para aguentar o calor forte da terra da resistência, ela e as amigas fizeram uma cabana com lençol para se proteger do sol.
Pegamos um carro emprestado e um amigo nosso veio dirigindo. Trouxemos mudas de roupa, água, comida. Tudo para aguentar até a hora do show.
E não faltou suporte para as luanetes: os comerciantes locais cederam banheiro para higiene, teve doação de lanche, água, protetor solar e até perfume.
A última apresentação do cantor no MCJ havia sido em 2015, desde então o público que acompanha o artista aguardava um retorno. Neste ano as fãs se uniram e chegaram a fazer uma campanha para que a Prefeitura colocasse Luan Santana na programação. No Instagram, a página @luannomcj2024 mobilizou mais 10 mil seguidores na ação.
"A gente sempre faz de tudo para poder ir para o show e eu pensei: por que não trazer ele para cá? Coloquei na cabeça que eu ia fazer com que ele viesse e comecei a mobilização no Instagram. Eu já fui para mais de 10 shows, e quando soube que ele realmente viria, eu fiquei feliz por saber que outras pessoas que nunca tinham ido estão tendo a oportunidade de viver a experiência", disse Luiza Oliveira, administradora da página.
Segundo a Secretaria de Cultura de Mossoró, o nome do artista foi um dos mais citados em enquetes sobre as atrações para o São João da cidade.
Na plateia, não faltou emoção e histórias de amor por Luan. Grávida de quatro meses, Carla Silva é fã do cantor há mais de 10 anos. No último show, em 2015, a primogênita era muito pequena, e não conseguiu ir. Dessa vez, fez questão de ficar pertinho do palco. E é claro que o nome do bebê será uma homenagem ao ídolo.
"No show passado eu não consegui vir porque minha filha era pequena, mas hoje eu fiz questão de estar aqui. Essa semana foi a primeira vez que escutei o coração do bebê bater, ele ainda não tinha mexido. E eu falei: 'Mexa Luan!'. Aí ele mexeu e tive a certeza que esse seria o nome."
De Fortaleza/CE, Ana Cledina também homenageou o sertanejo. Ao todo, são sete tatuagens espalhadas pelo corpo que marcam na pele uma história de amor que perdura há anos.
"Acompanho ele desde 2007. Eu fui para Salvador na gravação do DVD, vou para aeroporto, porta de hotel, onde ele vai eu estou. Vale a pena todo o esforço, porque ouvir ele é uma terapia para mim", contou a diarista.
Para Vitória Pereira, ouvir Luan Santana foi realmente terapêutico. Aos 14 anos a jovem enfrentava crises de pânico e o médico psiquiatra sugeriu uma abordagem com musicoterapia. Foram as músicas do cantor que ajudaram Vitória a superar a fase difícil.
"O médico sugeriu usar as músicas e com as de Luan ela foi salva. Hoje ela tem 22 anos e segue ouvindo, e sendo fã. Ela trouxe uma carta para agradecer ele por tudo", explicou Gorete Pereira, mãe de Vitória.
A apresentação em Mossoró encerrou uma temporada de shows do cantor do Nordeste, passando pelo Rio Grande do Norte, Paraíba, Alagoas, Pernambuco e Bahia.