Luísa Sonza sobre nudez e sexo: 'Povo morre de medo de ficar comigo'
Colaboração para Splash, em São Paulo
30/06/2024 08h03
Luísa Sonza, 25, em entrevista à revista Ela:
Se sente à vontade com cenas de nudez. "Não. Sou tímida e envergonhada sexualmente, embora minhas músicas falem de sexo. Acho que é uma forma de me empoderar. Não gosto daquela coisa de sexo performático. Acho que só sei flertar cantando (risos). Quando estou solteira, não flerto, vou direto ao ponto. Até porque você acha que alguém me aborda? O povo morre de medo de ficar comigo."
Depressão. "Nunca me senti inferior. Na música "Luísa Manequim", falo que "até feia eu sou bonita". Mas cheguei a perder quase completamente o cuidado comigo. Só não perdi porque, pela carreira, eu precisava estar maquiada, bem-vestida. Quando comecei a me curar da depressão, voltei a cuidar do cabelo, da pele."
Tratamento. "Sou acompanhada por um psiquiatra. E tomo remédio. Muita gente abomina o remédio, mas, às vezes, a química do cérebro está desregulada. Então, por um tempo, a medicação é importante. Em excesso, realmente é prejudicial. Tive uma fase em que precisei de muito remédio. Hoje, não tomo nem metade do que já tomei e faço terapia. Nunca estive tão tranquila."
Projeto de lei que equipara aborto a homicídio. "É um retrocesso que me deixa chocada. O Estado é laico, então ter uma bancada religiosa, uma bancada evangélica, é um absurdo. Um desrespeito inclusive com as outras religiões. Cada um pode ter a sua fé. Só que não tem que interferir na saúde pública."
Descriminalização das drogas. "Sou a favor da regulamentação, principalmente da cannabis. Isso deve ser debatido para diminuir a criminalidade e beneficiar os casos medicinais. A bebida é extremamente prejudicial, vicia, destrói vidas e está regulamentada. A criminalização das drogas é algo muito hipócrita e mercadológico também."
Influência. "Acredito que a política é necessária para nossa sobrevivência. Busco me informar, para formar minha opinião e ser mais consciente no voto. Política deveria ser ensinada nas escolas. Até porque a gente começa a votar com 16 anos. A gente precisa de mais diversidade, até para acabarmos com essa visão de o político ser um cara branco, velho, de terno e gravata. Para mim, a (deputada) Erika Hilton devia ser presidenta do Brasil."
Bissexualidade. "Já me apaixonei, já tive casos com mulheres. Não falo tanto sobre isso porque temo descontextualizarem. Há uma pressão, as pessoas rotulam, falam que sou "bi de festinha". Sempre tendenciei a me relacionar com homens até pelo preconceito da minha família, por medo de muita coisa. Acabamos bloqueando sentimentos. Porém, agora estou feliz."