Rainha das drags: NYT decreta Pabllo herdeira da coroa de RuPaul
Pabllo Vittar, 30, foi exaltada em especial publicado hoje pelo jornal The New York Times que a apresenta como a "próxima grande drag queen do mundo".
O que aconteceu
Jornal americano exalta a brasileira. Especial traz diversas fotos de Vittar sendo montada e com seus fãs em show no Maranhão.
Ele começa descrevendo momentos de Pabllo Vittar na parada do Orgulho de São Paulo, no começo do mês, e como a drag queen tem usado sua voz na influência de jovens da música e aceitação de sua sexualidade até posições políticas.
"RuPaul ainda pode ser a rainha das rainhas, mas sua herdeira a coroa global chegou", diz a reportagem.
Para provar o sucesso da drag queen de maior sucesso no mundo, o New York Times traz dados dos últimos sete anos de Vittar: são sete discos de estúdio (um de ouro, um de platina e dois de platina dupla), colaboração própria com a Adidas, campanha global com a Calvin Klein e 1,8 bilhão de reproduções de suas músicas.
Shows também são lembrados: nos Estados Unidos, na Europa, em apresentações no Lollapalooza e Coachella, além da participação no maior show da carreira de Madonna em Copacabana e cantando nas Nações Unidos no aniversário da Rainha Elizabeth 2ª.
A comparação com RuPaul também fica nos números. O jornal diz que, somando todas as redes sociais, Vittar tem 36 milhões de seguidores, o triplo que a drag queen pioneira de 63 anos.
Contudo, a comparação numérica fica por aí. O NYT faz questão de apontar que não haveria rivalidade entre as drags, ainda que Vittar nunca tenha se encontrado com RuPaul, em quem sempre se inspirou.
O jornal resgatou uma publicação da drag americana: "Amo e apoio Pabllo Vittar", escreveu RuPaul no Twitter, em 2022, ao criticar haters por tentar criar uma rivalidade entre ambas.
Pabllo Vittar falou com a reportagem que o gênero é "uma construção social": "O mais importante é como nos sentimos por dentro. Me sinto um menino, e quando Pabllo Vittar chega, não me transformo em mulher".
Já em relação aos pronomes, Vittar é indiferente desde que não esteja montado como drag.
Se estou de drag, use pronomes no feminino, pelo amor de Deus, Pabllo Vittar
O estilo de vida de Vittar criou duas existências separadas, aponta o NYT: Phabullo, o homem, e Pabllo, a drag queen. "Phabullo é tímido e odeia falar de si mesmo. Pabllo é o oposto", escreveu a reportagem.
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Quero receberQuando eu faço algo como Pabllo Vittar e isso afeta minha vida, a que eu sou tímido, eu odeio. Quero me enfiar em um buraco. Phabullo Rodrigues da Silva, que dá vida a Pabllo Vittar
O especial descreve ainda parte da infância de Vittar: cantando em corais na igreja, vítima de bullying na escola por seus trejeitos afeminados até a primeira montagem como drag aos 18 anos e consequente estouro na carreira.
"Nunca havia experimentado uma sensação de liberdade tão poderosa, de poder expressar o que estava na minha mente", contou Pabllo, que está trabalhando em um novo álbum de estúdio que vai mesclar músicas em inglês e espanhol.
Seus shows na gringa chamam atenção: "Ainda que as pessoas não conheçam o idioma [português], elas a amam e amam o que representa, e logo o show fala por si só", explicou Owen Mallon.
Mallon, de Chicago, é um dos três representantes da brasileira. Agora, ele tem a tarefa de transformar a artista que fala português em uma estrela internacional de sucesso.
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