GloboNews: quem é Demétrio Magnoli, comentarista criticado por Guga Chacra?

Os comentaristas Demétrio Magnoli e Guga Chacra protagonizaram uma discussão ao vivo, na segunda-feira (1º), durante o Em Pauta (GloboNews). Eles falavam sobre a vitória da extrema direita no primeiro turno da eleição legislativa na França.

Em determinado momento, Guga perde a paciência e sugere que o colega estaria rejeitando o rótulo de extrema direita a Marine Le Pen — líder do partido Reunião Nacional. Demétrio rebate dizendo que a tentativa de colocar um rótulo seria "indignação moral".

Demétrio Magnoli acumula polêmicas

Demétrio Martinelli Magnoli é jornalista, doutor em geografia humana, sociólogo e escritor. Ele nasceu em São Paulo, em 1958.

Chegou a ser perseguido pela ditadura quando era envolvido com o movimento estudantil. Demétrio estudava jornalismo na USP quando foi fichado, segundo a Comissão da Verdade da universidade.

À época, ele se dizia trotskista — uma corrente comunista —, mas afirmou ter rompido com o movimento ainda nos anos 1980, em entrevista à UFF.

Publicou seu primeiro livro, "O que É Geopolítica?", em 1986. Em 1997, foi um dos finalistas do prêmio Jabuti, concorrendo com o livro "O Corpo da Pátria: imaginação geográfica e política externa no Brasil, 1808-1912".

Entre suas polêmicas, está a oposição às cotas raciais. Escreveu "Uma Gota de Sangue", livro lançado em 2009, no qual a tese central é de que "ações afirmativas e o movimento negro resultam de uma armação ideológica" (o multiculturalismo), que "conspira contra o princípio da igualdade perante a lei".

Magnoli já foi alvo de fake news sobre demissão ao vivo na GloboNews. Os boatos, de setembro deste ano, circularam depois que ele criticou a possível indicação de Flavio Dino ao STF. Nas redes sociais, circulava o vídeo do momento e um texto apontando seu desligamento do canal, negado pela Globo.

Demétrio Magnoli discutiu em programa
Demétrio Magnoli discutiu em programa Imagem: Reprodução/GloboNews

Críticas a protestos de estudantes na USP, onde estudou. Em 2021, fez críticas aos estudantes da USP que reagiram violentamente contra intervenções da Polícia Militar de São Paulo no campus. Magnoli também contestou a escolha de reitor da faculdade pelo voto direto.

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Forte opositor, ele passou a figurar na lista de "personas non gratas" do PT, divulgada em 2014.

Sociólogo foi contra isolamento social na pandemia. Em fevereiro de 2020, Magnoli escreveu em artigo na Folha de S.Paulo afirmando que o isolamento social da província de Hubei, na China, era um ato de xenofobia ineficaz. Ele disse a atitude era apoiada pela OMS por interesses políticos e que o isolamento "representava ameaça maior que o agente biológico da doença".

Magnoli protagonizou uma discussão com os colegas Guga Chacra e Mauro Paulino, da GloboNews, ao defender o presidente da Argentina, Javier Milei, em dezembro de 2023. Ele falava das restrições do político às manifestações no país vizinho, afirmando que elas não proíbem a liberdade de expressão e sim proíbem os "piquetes", que, segundo ele, já não são permitidos em "democracias avançadas".

A fala desagradou os outros comentaristas do canal, que deixaram claro que nunca mencionaram "proibição" mas que, sim, Milei restringe liberdades. À época, a apresentadora do "Em Pauta", Leilane Neubarth, tentou amenizar o atrito entre os colegas. "O que achei muito interessante e vou dizer para vocês: veja como isso mexeu com a gente aqui, com os nossos comentaristas. Imagina como isso está mexendo com a Argentina."

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