Brasileira votando no Oscar diz que melhores filmes não foram dos EUA

Mulher, latina e famosa por integrar elencos de filmes independentes, Maeve Jinkings não esconde que é defensora da pluralidade no cinema internacional.

Recém-escalada para ser votante no Oscar, a atriz de "O Som ao Redor" e "Aquarius" afirma que abraçar diferentes perfis e nacionalidades na Academia norte-americana é algo positivo, mas "não mais do que a obrigação". "A indústria americana — a maior de cinema no mundo, e que às vezes acaba tomando espaço dos nossos filmes — nos afeta. Ela nos influencia, para o bem e para o mal", defende a atriz em entrevista ao Plano Geral. "Eles também afetam outras culturas".

Junto a ela, entre os votantes desse ano, 56% são de outros países e 44% se identificam como mulheres.

Maeve ainda afirma que os filmes "mais fortes" do Oscar em 2024 envolviam diretores de outros países ou produções estrangeiras, citando "Zona de interesse" e "Anatomia de Uma Queda". "É inteligente da parte da Academia, porque essa diversidade de olhares serve para somar. Você enriquece sua capacidade de enxergar o mundo", disse.

Entrada na Academia do Oscar

Maeve Jinkings foi surpreendida este ano ao ser escalada para ser votante no Oscar. Na entrevista, ela contou os bastidores da seleção e suas emoções sobre a premiação.

Ela diz que foi indicada na última temporada por Wagner Moura e Sônia Braga para ser votante, e acreditava que a chance da proposta não vingar era grande por conta do número reduzido de selecionados. "Eu estava indo para o set, gravar a 2ª temporada de 'DNA do Crime' (...) e fui avisada por um dos membros", conta.

A proposta quase foi quase "esquecida", mas Maeve conseguiu aceitar o convite a tempo. "Foi uma avalanche. Chegou o e-mail de boas-vindas, mas ele tem um processo de aceitação. Eu estava na loucura; passaram-se três dias e eu ainda não tinha aceitado", lembra.

A atriz diz se sentir comovida ao ver seu trabalho reconhecido dentro e fora do Brasil, e já brincou anteriormente de "apresentar o Oscar".

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Agora, Maeve diz estar ansiosa para fazer seu "dever de casa" na premiação. "Fazendo cinema, nosso senso de justiça fica mais aguçado. Vou fazer mais questão de votar nos filmes que acredito que merecem", diz. "Sempre gostei de assistir e opinar, mas quando se tem um voto, é duro (...) É um compromisso que requer envolvimento e ver o máximo de coisas possíveis".

  • Apresentado por Flavia Guerra e Vitor Búrigo, Plano Geral é exibido às quartas-feiras, às 11h, no canal de Splash no YouTube e na home do UOL, com as principais notícias sobre cinema e streaming. Você pode ainda ouvi-lo no Spotify, Apple Podcasts e Google Podcasts.

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