Estruturas do Rock in Rio começam a ganhar forma: 'Sonho se tornando real'
Quatro décadas após a zona oeste do Rio de Janeiro abrigar icônicos shows nacionais e internacionais, de Ney Matogrosso a James Taylor, a região começou a ser preparada nesta semana para receber a 10ª edição do Rock in Rio, já considerada a maior de todas.
O que aconteceu?
O evento acontecerá no Parque Olímpico, entre 13 e 22 de setembro, e terá entre as atrações Katy Perry e Imagine Dragons. Em visita guiada para jornalistas nesta sexta-feira (5), foi possível ver o início da montagem das estruturas espalhadas por uma área de 385 mil metros quadrados, o equivalente a quatro Maracanãs.
Para celebrar essa 10ª edição e os 40 anos de Rock in Rio, muitas mudanças estão à vista. A mais notável é tamanho dos palcos Mundo e Sunset, que neste ano terão as mesmas dimensões na boca de cena —onde os artistas se apresentam.
Com 104 metros de largura por 30 metros de altura (equivalente a um prédio de dez andares), o palco principal ganhará 830 metros quadrados de LED, divididos em seis telões. O Sunset, que ganhou 20 metros de largura (93m x 27,5m), ficará no lado oposto ao das outras edições, para comportar as mesmas 100 mil pessoas esperadas por dia. Diferentemente dos outros anos, assim que o público entrar na Cidade do Rock, avistará as duas estruturas.
Novidades na Cidade do Rock
Foi pensada ainda uma nova área, a Global Village, com 7,5 mil metros quadrados, que vai homenagear, em sua cenografia, diversos países do mundo inteiro. Nesse espaço, onde em outras edições havia uma RockStreet, será encenado um musical em homenagem aos 40 anos de festival, "Sonhos, Lama e Rock and Roll", com cinco sessões diárias para 750 pessoas. Ali também será palco para a Babilônia Feira Hype.
Haverá também uma área gourmet, com cardápios assinados por chefs Michelin e possibilidade de agendamento 100% gratuito. A ideia é que o público consiga uma mesa para degustação, sem passar horas na fila ou comer no chão.
Para lembrar que o Rock in Rio é eclético, um dos espaços gastronômicos terá a reprodução do Clube do Samba, criado por João Nogueira no Méier, subúrbio carioca. Lá, ele celebrava a MPB com nomes como Beth Carvalho e Dona Ivone Lara. Seu filho, o também cantor Diogo Nogueira, é embaixador e curador do espaço.
Estreias no Rock in Rio
"Já tem muita coisa pronta?", pergunta a musicista Ster, 23, que vai se apresentar pela primeira vez no evento e esteve presente na coletiva para imprensa. Violonista desde os 8 anos, a cantora mistura funk com erudito e foi uma das headliners do evento de lançamento da nova categoria de Música Urbana em Língua Portuguesa da Academia do Grammy Latino 2023. "A ficha ainda está caindo", confessa Ster, moradora da Penha, zona norte do Rio.
Sempre quis estar no Rock in Rio. Já estive aqui como espectadora e agora vou estar no palco. É um sonho se tornando real. Ster
Uma das atrações do Espaço Favela, Ster diz querer combater o preconceito contra a música clássica e também contra o funk. "Amo funk e queria mostrar para as pessoas que a música clássica pode ser muitas coisas. Eu consigo ouvir qualquer música e já pensar no que posso fazer com o violino em cima dela. Quero mudar e bagunçar um pouquinho a indústria musical".
O cantor Thiago Pantaleão, 26, também está com a expectativa alta. "Nem acreditei quando soube que subiria no Palco Favela do festival pela primeira vez, dois anos após curtir o evento apenas como fã", relata Thiago, que acumula parcerias de sucesso com nomes como Lexa, Preta Gil e Gloria Groove.
É uma realização muito grande. Passa muita coisa na cabeça, de luta mesmo, até chegar onde eu estou. Olho isso com muito carinho e muita responsabilidade também para entregar algo muito bonito. Thiago Pantaleão