Forfun supera polarização artística e política em retorno por 'bem maior'
A Turnê Nós, que marca o retorno do Forfun aos palcos após nove anos da separação, começa em Florianópolis nesta sexta-feira (5).
Banda cita 'amadurecimento' na volta aos palcos
Ninguém era inimigo de ninguém. De certa forma, é fazer as pazes com o que cada um imagina da obra, como vê as músicas e tal. É se reconciliar mesmo com uma história. E aí, quando você entra no processo, você vê que nem era um bicho de sete cabeças. Eu, pelo menos, estou super contente. Vitor Isensee em entrevista a Splash
O grupo se desmanchou em 2015. No anúncio no Facebook, os integrantes disseram sentir "profunda amizade, admiração e amor" uns pelos outros, mas ao longo dos anos outras razões vieram à tona. Os fãs começaram a suspeitar de problemas de convivência quando três dos quatro integrantes — Vitor Isensee, Danilo Cutrim e Nícolas Fassano — formaram uma nova banda, o Braza, sem o baixista Rodrigo Costa.
Rodrigo Costa tinha discordâncias políticas com os outros integrantes. Em 2019, ele relembrou como o seu posicionamento político à direita causava problemas na banda: "O meu erro, talvez, dentro de toda a estrutura do Forfun, tenha sido essa fome de querer mudar as cabeças dos três como a minha estava sendo, pouco a pouco, mudada. Comecei a ficar meio chato".
Hoje, Vitor diz que todos estão mais tolerantes em relação às diferenças. "Acho que tem um amadurecimento de cada um. Diferenças a gente tem, vai continuar tendo. De tudo. De time de futebol, de política, de preferência musical. Só que essas diferenças, em 2015, eram muito mais tensionadas. Éramos pessoas com uma forma diferente de lidar com isso", explicou o músico em entrevista a Splash. Rodrigo também participaria da entrevista, mas teve um contratempo e precisou se ausentar.
A partir do momento em que a gente se coloca de uma forma mais tolerante com cada um, entre os três que participam do Braza e o Rodrigo, e entre os três que participam do Braza dentro do Braza, porque temos muitas divergências também... A gente se coloca tolerante por uma coisa que a gente acha que é maior do que cada um, individualmente. O quanto essas músicas marcaram as vidas das pessoas, isso é um bem muito maior do que as nossas diferenças. Vitor Isensee
Ele ressalta, ainda, que a reunião tem prazo de validade. "Acho que quando tem data pra acabar é muito mais fácil lidar com isso, entende? A banda não tá voltando para voltar e ficar. A gente tá voltando para fazer uma turnê. Se eu não me engano, são algo em torno de 20 shows. E aí ponto, acabou", completa.
A produtora 30e "foi um empurrãozinho a mais" para a realização da turnê. Vitor explica que, quando recebeu o convite, a empresa estava responsável pelas turnês dos Titãs e do NX Zero, "que deram muito certo e têm um mote parecido" com o da Turnê Nós. Segundo apuração do UOL, a 30e ficou famosa na indústria do entretenimento pelos cachês elevados que oferece aos artistas — os Natiruts, por exemplo, receberam R$ 10 milhões pela turnê de despedida. Depois, no entanto, a produtora esteve no centro de uma polêmica com o cancelamento das turnês de Ivete Sangalo e Ludmilla.
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