'Nunca fiz nada por dinheiro, sempre por amor', diz Celso Portiolli

Celso Portiolli compartilha sua trajetória, explica como começou a trabalhar com Silvio Santos e fala da estreia do PodC Mais, da filha Laura Portiolli, que acontece nesta sexta-feira (5), no SBT.

O que aconteceu

Infância em Ponta Porã. "Meu pai, primeiro, foi para Ponta Porã e deixou a minha mãe com os filhos em Maringá. Ele ia e voltava, do Paraná até o Mato Grosso do Sul. Era muito longe porque a estrada era de terra, ainda, e meu pai trabalhava lá (...) quando ele melhorou um pouquinho de vida, ele levou todo mundo. Aí, aos 7 anos, eu me mudei para Ponta Porã. E eu fiquei lá um bom tempo", relatou, em participação no"PodNight".

Problemas em uma prova. "Foi uma injustiça comigo. (...) Na verdade foi um problema numa prova lá que a professora distribuiu uma prova a mais (...) Queria sair logo da sala de aula, eu peguei e passei a minha prova para um amigo e falei: 'Entrega as duas". E, na verdade, acabou amassando a minha prova e eu fiquei sem. Aí eu tentei um jeito de voltar a minha prova para as provas da professora (...) Acabei ficando sem nenhuma. E aí me convidaram a se retirar da escola", contou.

Dislexia: "Mudou minha vida porque caiu a ficha, que eu era realmente hiperativo, eu tenho dislexia (...). Eu era inquieto na sala de aula. E, ali, a diretora falou uma frase muito pesada para mim que eu falei: 'Poxa vida, agora eu vou mostrar para ela que eu não sou nada disso'".

Apaixonado por rádio, Portiolli se mudou para Curitiba e realizou alguns testes, mas não conseguiu trabalho em nenhuma. Ele decidiu iniciar faculdade de Engenharia Civil, mas largou para cursar Comunicação Social em Uberaba. Pouco tempo depois, o apresentador conseguiu seu primeiro lugar na rádio.

Volta à Ponta Porã: "Antes dos 21 anos de idade, que era a minha meta, eu abri o microfone de uma grande rádio de São Paulo. Eu fiquei um tempo na Bandeirantes, fiz 'A Hora do Ronco', que era primeiro lugar (...) E, depois de um tempo, eu decidi largar tudo o e fui trabalhar com o meu pai, de volta em Ponta Porã porque ele estava precisando de ajuda. Eu saía do ar e ficava muito triste, porque eu fazia apresentação e eu achava um serviço muito leve. Abrir microfone, fazer mixagem, anunciar música e meu pai no pesado. Então aquilo estava me fazendo mal e eu larguei tudo e fui trabalhar com meu pai. Larguei o meu sonho (...)".

Celso mandou uma fita VHS para o SBT contando sua trajetória e se apresentando. "Era para mandar carta. Mas como eu tinha, em casa, uma VHS para gravar a família, eu coloquei em cima de livros com meu estúdio de fundo, fiz a fita e falei 50 minutos do que eu queria (...) depois 11 ideias para as Câmeras Escondidas. Eu fiz exatamente o que vocês fazem, no YouTube, hoje. Eu fiz há 30 anos".

Início no SBT. "Quando o SBT me ligou, eu não acreditei. Os caras falaram: 'Olha, sete ideias foram aprovadas e vão te pagar tanto por ideia. Você tem mais ideias?' eu falei 'Não, não desliga não. Eu quero um emprego aí'".

Fita parou nas mãos de Silvio Santos. "Quem falou para mim que o Silvio Santos tinha assistido, que a família toda assistiu unida, foi a Daniela Abravanel. Ela falou que, aquela fita, eles tinham assistido em casa. Quando ele me chamou para conversar e trabalhar no SBT, ele me entregou o dinheiro, parou a gravação e foi falar comigo atrás das câmeras. 'Quanto que você ganha na sua cidade?' fez várias perguntas, mas perguntou também sobre dinheiro. E eu falei: 'Silvio, eu ganho 2500 reais' (...) E ele falou: 'Mas você ganha muito bem. Eu te pago 500 reais'. Estiquei a mão e falei: 'Negócio fechado'".

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Eu nunca fiz nada por dinheiro. Sempre fiz tudo por amor, Celso Portiolli.

Vaias na primeira edição do Passa ou Repassa. "Você sabe que foi um dos piores dias da minha vida, né?! Porque quando eu entrei no palco para fazer, pela primeira vez, eu parei no lugar errado (...) o diretor abriu as caixas de som e falou: 'Oh meu filho, você parou no lugar errado'. Aí 250 alunos me vaiaram, na minha primeira gravação".

Relação com Silvio Santos. "É um cara muito sério, muito respeitoso, tem palavra, não precisa de contrato. É o cara que dá oportunidades, mas não é bolinho não. Tem que trabalhar bem, tem que ser trabalhador e tem que ser correto. Ele é o cara que ensinou todo mundo a fazer televisão".

O "PodNight" vai ao ar de segunda a sexta, logo após a exibição do "Operação Mesquita".

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