Esse homem driblou bancos de esperma e teve mais de mil filhos pelo mundo
Já pensou ter milhares de irmãos espalhados pelo mundo? O documentário da Netflix "O Homem com Mil Filhos" expõe o caso de famílias que se viram nessa situação ao descobrir que geraram seus filhos com o esperma doado pelo mesmo homem.
'Doador em série'
Jonathan Meijer se apresentava às famílias como o "doador perfeito": alto, bonito e com belos cabelos loiros. Ele dizia trabalhar com educação, além de ter um canal no YouTube onde falava sobre criptomoedas e viagens.
Contava que queria doar esperma para no máximo cinco famílias. Quando procurado por meio de sites privados de doações, Meijer conversava com os pais pessoalmente e até ia a suas casas para entregar o material genético. Inclusive, oferecia-se para doar do modo "natural", tendo relações sexuais com as mães.
Infringiu regras de doações locais. Segundo as leis da Holanda, só se pode ajudar a conceber 25 crianças de até 12 famílias diferentes. Quando ele atingia o limite de uma clínica, migrava para outra.
Doou amplamente em pequena área geográfica. Uma das mães entrevistadas no documentário conta que, em seu próprio círculo social, encontrou outros "irmãos" de seu filho.
Doações acima dos limites aumentam as chances de consanguinidade. Por não saberem do parentesco, essas crianças têm maior tendência de se sentirem atraídas futuramente umas pelas outras devido às suas características similares, podendo resultar em incestos acidentais.
Não há limite para doações internacionais. A ativista de fraudes de fertilidade Eve Wiley explicou à Netflix que, se um doador atinge o máximo de doações de um país, bancos internacionais de esperma podem simplesmente enviar o material a outros países.
Jonathan pode ter gerado até 3 mil crianças em apenas um dos bancos para o qual doava. Ele era registrado como doador em 11 clínicas e no banco Cryos — que vendia suas doações por cerca de 1.100 libras (R$ 6.698) cada —, além de grupos no Facebook para mulheres e casais que queriam, mas não podiam, ter filhos.
Ele foi a Copenhague uma vez por mês por quatro dias, durante quatro anos. São cerca de 200 doações, 15 canudos de esperma por ejaculação. Se cada um gerar um bebê, seriam 3 mil crianças em potencial.
Eve Wiley à Netflix
Em 2023, o tribunal civil de Haia proibiu Meijer de doar mais sêmen. Caso descumpra a ordem, ele pode pagar multa de 85 mil libras (R$ 594 mil) por infração. No entanto, ele continuou doando para outros países e, atualmente, mora no Quênia.
Jonathan criticou o documentário em seu canal do YouTube. Ele alega que "ajudou famílias a gerar 550 crianças", e não mais de mil, além de acusar o streaming de ter inventado outras mentiras sobre o caso.
Deixe seu comentário