'Me zoavam de Tiazinha': ex-Disney Cruj revela salário chocante aos 17 anos

Diego Ramiro, 41, é conhecido como o comandante da "TV pirata" mais famosa do Brasil: a atração infantil Disney Cruj (parceria de Disney e SBT). Ele ficou cinco anos no ar como líder do programa revolucionário ultrajovem, colecionando histórias nas telonas e como celebridade.

Com exclusividade para Splash Encontra, o ator, que hoje também atua como empresário, conta como foi o processo para entrar na TV ainda criança, os bastidores do Disney Cruj, as proibições impostas pela Disney, além de revelar "namorico" com a atriz Paloma Bernardi.

O que Diego Ramiro disse

Diego Ramiro e o irmão entraram para o mundo da publicidade ainda criança após abordagem de caça-talentos em shopping. "Foi mágico o negócio, porque a gente começou fazendo os testes de propaganda. Se eu não me engano, no meu segundo teste já fui aprovado, o meu irmão também. Aí, entramos nesse meio artístico pela publicidade, fazendo propaganda de diversas marcas".

Fui convidado para fazer um teste numa novela, 'Colégio Brasil' (SBT), com a direção do Roberto Thalma. Esse foi o meu primeiro trabalho em televisão.

Ramiro se tornou o Caju do Disney Cruj após teste com mil garotos. "Foram testados para descobrir quem seria os personagens do Caju e do Macaco. Não existia o personagem do Chiclé. Ficou eu e o Léo (Sierra) na final de quem seria o Caju. Só que os dois estavam indo tão bem nos testes que eles criaram o outro personagem, o do Chiclé, para o Léo poder fazer."

"Eu era nota 6 na escola e o Caju um CDF": "Acho que essa era uma grande diferença entre os dois. E aí, claro, depois que o programa foi evoluindo fui entendendo a personalidade do Caju, comecei a estudar um pouco mais de interpretação, o que é criar um personagem e fui tentando me distanciar um pouquinho dele".

Máscara icônica de Caju rendeu o apelido de Tiazinha para Diego Ramiro. "Ficava puto da vida com isso. Às vezes, eu ia em alguns lugares fazer reportagens e sempre tem aquele adolescente um pouco mais velho que quer sacanear. Eu passava e gritavam: 'Ae, tiazinha', e eu ficava me mordendo. Falei: 'Me chama de zorro. Não de tiazinha'. A máscara marcou muito mesmo e tinha essa brincadeira da Tiazinha."

Disney proibia desde bebida alcoólica em público a uso de palavras como calcinha e cueca. "No nosso contrato, tinha que eu não poderia fumar e tomar bebida alcoólica em público. E aí o segredo qual era? Tava no meio do carnaval, queria tomar uma cerveja e os meus amigos colocavam numa latinha de Coca-Cola. Adolescente tem que fazer cagada, né? Foi esse processo de adolescência comigo".

Tinham coisas da Disney que eu não poderia falar no programa, sei lá, calcinha, cueca. Tinha que falar roupas íntimas. Tinha um exagero deles com relação ao posicionamento da marca. Eles começaram a rever algumas questões de compliance pra falar: 'A gente precisa mudar um pouco. O mundo tá mudando'. Eles começaram a rever o que a gente não poderia falar com relação a essa imagem do personagem, do programa e da sociedade.

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"Namorico de criança": "Me achava feião. Eu usava aparelho, cabelo espetado, óculos. Eu tinha cara de nerdzão, de CDF. Vendo um vídeo, falei: 'eEu parecia um hamster falando', uma voz de adolescente toda desafinada. Não tinha essa sensação de galã. Quando tinha um momentinho ali que eu poderia curtir a adolescência, rolou algumas coisas de bastidores de beijar e tal.

Tive um namorico muito de criança que nem entendia o que era com a Renata Del Bianco (Chiquititas), a gente teve lá um momento... Antes do Cruj, tive um namorico com a Paloma Bernardi, mas de criança, é um carinho muito grande. Não era esse lado da pegação.

Salário de Diego Ramiro na TV era "muito bom pra um adolescente". "Se fizer um controle de inflação, hoje seria um salário, com certeza, acima de R$ 60, R$ 70 mil por mês. Imagina um adolescente ganhando isso. Acho, tá? Tô fazendo uma conta meio rápida. Comecei ganhando baixo, o programa foi aumentando, criando cada vez mais fama e teve um aumento."

Teve um momento que o programa meio que ia ser encerrado. Eles encerraram o contrato com a gente em dezembro e em janeiro contrataram de novo. Só que nesse período de 30 dias, eu tive uma proposta da Record e eles tiveram que cobrir. Foi um momento que dei um salto de salário e ajudou a mudar a estrutura da minha vida com a minha família.

Ramiro passou pela Globo após o Disney Cruj, mas decidiu focar na vida empresarial. "Foi uma decisão minha. Nunca tive uma pressão dos meus pais... Falei: 'Vou começar a empreender'. Vendi meu carro e comprei o direito de um musical da Broadway e montei a minha empresa, a minha produtora, e comecei sendo produtor executivo. De lá pra cá, comecei a empreender e virei empresário, parei de trabalhar para os outros".

Artista vive uma jornada de autoconhecimento. "Tô num momento de transição, não de carreira, mas de reformatação mesmo. Então, a Wellpass é hub de ideias onde eu vou ter alguns braços. Vou continuar fazendo entretenimento, mas quero fazer entretenimento e conteúdos ou culturais, ou sociais relacionados ao bem-estar, à evolução humana, essa busca."

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*** Entrevista completa está disponível no player acima e no canal do YouTube de Splash. O Splash Encontra já conversou com personalidade como o galã Felipe Folgosi, Chiquinho, ex-assistente de palco da Eliana, Jackeline Petkovic e Dani Souza, a eterna Mulher Samambaia do Pânico na TV.

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