Elenco de nova 'Betty, a Feia': 'Ser feio há 20 anos era diferente'
Mais de 20 anos depois, Ana María Orozco e Jorge Enrique Abello voltam aos seus papéis da novela "Betty, A Feia". Para Splash, os atores comentam as mudanças nos padrões de beleza desde o fim da novela.
Essa foi uma grande discussão entre os roteiristas. Pensamos no que significa ser bonito ou feio hoje. Antes tínhamos modelos estéticos. Há 20 anos, ser feio era uma coisa. Hoje é outra bem diferente.
Jorge Enrique Abello
'Rompe com os ideais de beleza'
"Betty, a Feia" é considerada a novela mais bem-sucedida da história pelo Guinness World Records. Exibida em 180 países e adaptada em 28, a trama fez sucesso com sua protagonista de beleza peculiar, impactando os padrões da época.
Produção teve que se adaptar às mudanças nos ideais de beleza dos últimos anos para se tornar atual. Jorge Enrique Abello, intérprete de Armando e produtor da série, conta que tiveram que repensar o que significa ser belo em 2024.
Hoje em dia, há uma série de minorias com a oportunidade de ter uma voz real. Ser feio hoje é muito diferente de um modelo estético. É mais um modelo ético. Isso é a base da construção desta nova história.
Jorge Enrique Abello
Já nos tempos da novela colombiana, falar sobre o que não era considerado belo não era comum. "Betty colocou na mesa temas que normalmente não eram abordados nas novelas tradicionais, principalmente há 25 anos", afirma a protagonista Ana María Orozco.
E não são só os veteranos que concordam. Mesmo não tendo acompanhado o folhetim, Juanita Molina, que dá vida a uma nova personagem da série, reconhece a importância da produção para a época.
Betty chegou há 25 anos, quando a imagem era vista de forma muito conservadora. Ela rompe completamente com esses ideais de beleza feminina, rindo de si mesma, sabendo que sua melhor arma é a vulnerabilidade e que provavelmente não é a versão preferida da sociedade, mas a que mais gosta de si mesma.
Juanita Molina
Apesar das mudanças desde 1999, o debate sobre beleza ainda é algo presente. "As modas mudaram e a estética [mudou] um pouco, sim. Valorizamos outro tipo de beleza, há mais abertura. Mas acho que a questão permanece", diz Ana María.
'Relação mãe-filha fragilizada'
"Betty A Feia: A História Continua" traz uma Betty (Ana María Orozco) ainda mais empoderada que a da novela de 1999. Líder da empresa de Armando (Jorge Enrique Abello), descobre que o marido mente para ela e cria coragem de se divorciar.
Betty tenta reconstruir a relação com a filha, Mila, que acaba de voltar de um intercâmbio nos Estados Unidos. "Betty é uma mãe muito ausente por questões de trabalho. No início você verá uma relação mãe-filha muito fragilizada", conta Juanita Molina, que interpreta a jovem.
Juanita descreve Mila como a "rebeldia dos 20 anos". "Ela representa perfeitamente isso, quando tentamos descobrir quem somos e nosso lugar. É uma mulher do mundo, que fala vários idiomas e estuda design de moda em Nova York."
Mila não sofre o mesmo bullying que Betty, mas há algo na história que a fará passar por situações semelhantes às da mãe. Por ser rápida e imprudente, tem também um jeito desajeitado, muito parecido com o de Betty.
Juanita Molina
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Quero receber"Betty, A Feia: A História Continua" estreia nesta sexta-feira (19) no Prime Video. Além de Ana María e Jorge, outros atores retornam a seus papéis, como Julián Arango, Natalia Ramírez, Lorna Cepeda, Luces Velásquez, Mario Duarte e Marcela Posada.
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