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Cosme rebate homofobia de Surita: 'Declaração pode incentivar soco na rua'

Marcelo Cosme, 44, classificou como crime a piada homofóbica de Emilio Surita no Pânico (Jovem Pan). O apresentador da Globonews se manifestou, na noite desta quinta-feira (25), pontuando que homofobia precisa ser tratado como crime, de uma vez por todas, no Brasil.

O que aconteceu

Âncora afirma que não é fácil ter de lidar com ataques homofóbicos mesmo sabendo que o país ainda convive com intolerância. "A gente nunca espera ser alvo de discriminação, mesmo que ela esteja ali, sempre como um fantasma para quem é da comunidade LGBTQIA+. A gente também não se acostuma com o preconceito, ainda que ele faça parte do cotidiano".

E a gente não pode se conformar e nem normalizar seja qual for a forma que ele se apresente, seja a LGBTFOBIA, o racismo, o machismo ou qualquer outro tipo. E muito menos entender a discriminação como uma simples piada.

Apresentador fez questão de deixar claro que crime de homofobia não pode ser normalizado pelo autor do ato, no caso Emílio Surita, "ser de outra época". "A diversão de uns pode representar e incentivar o soco na rua, a lâmpada na cabeça e outros ataques. A gente precisa evoluir e não retroceder. O crime precisa ser visto como crime. Respeitar cada um e suas diferenças nos une".

Não é uma pauta apenas brasileira, é uma necessidade mundial. Eu tenho uma família que me ama, amigos que me respeitam, colegas de trabalho que me apoiam e até desconhecidos que me abraçam. E quem não tem? Quem é calado, abusado, sufocado, morto? É por mim e por estes que sempre vou me posicionar contra qualquer tipo de preconceito, faz parte do meu papel de cidadão e de jornalista.

Cosme garante que nenhum ataque será capaz de impedí-lo de seguir levando amor e felicidade ao mundo. "Aquela máxima "Os cães ladram e a caravana passa" me guia. Seguimos! Atentos, vigilantes e com uma boa dose de amor e felicidade! O amor e o respeito são o caminho!".

Entenda o caso

Surita fez gestos exagerados ao imitar o jornalista da GloboNews, durante o Pânico. "Bem GloboNews. Como chama aquele cara que faz o programa à noite? Marcelo? Estamos aqui com um programa maravilhoso. Ele é muito solto."

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Comportamento do apresentador foi criticado nas redes sociais. Déa Lúcia publicou um vídeo em apoio ao amigo. "A homofobia é inaceitável e não tem lugar na nossa sociedade. Quero deixar claro que estamos ao lado do meu amigo neste momento difícil. Todos nós merecemos respeito."

Cosme agradeceu o carinho da amiga. "Amo a senhora. Muito obrigado. A senhora e seus filhos são exemplos para todos nós", comentou o jornalista.

Marcelo Cosme é um homem gay e defende os direitos da população LGBTQIAP+
Marcelo Cosme é um homem gay e defende os direitos da população LGBTQIAP+ Imagem: Reprodução/Globoplay

Jovem Pan divulgou um pedido de desculpas. "O programa fez uma brincadeira muito infeliz citando o nome de Marcelo Cosme. Todavia, a atração não teve nenhuma intenção de discriminar o profissional em questão. De toda forma, nos comprometemos a não repetir mais o tratamento descortês ocorrido ontem", disse a emissora, em contato com a Folha de S.Paulo.

Homofobia é crime

Por mais que a Constituição Federal Brasileira determine que a lei deve punir qualquer discriminação atentatória dos direitos e liberdades fundamentais, não há ainda uma legislação específica que criminalize a homofobia no Brasil.

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No entanto, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu, em 2019, que casos de homofobia e transfobia se aplicavam na lei que trata do racismo, fazendo, assim, com que a homofobia seja considerada crime.

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