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Como foi a cena com drags na abertura das Olimpíadas e por que viralizou?

De Splash, em São Paulo

27/07/2024 12h40

Uma cena que incluiu drag queens na cerimônia de abertura das Olimpíadas 2024 viralizou nas redes sociais. A representação se assemelha ao quadro "A Última Ceia", de Leonardo da Vinci. Saiba como foi a cena e o que está sendo discutido.

O que aconteceu

Na seção chamada de "festividade" da abertura, pessoas com roupas extravagantes, entre elas drag queens, surgiram em uma mesa em um posicionamento similar ao do quadro de Da Vinci. Havia um equipamento de DJ em cima da mesa. Uma mulher, ao centro, usava um adereço similar a uma auréola e fazia um coração com as mãos.

A cena foi seguida por um desfile de moda em cima da mesa. Ao som de música eletrônica, homens, mulheres e drag queens desfilaram sobre a mesa enquanto outros assistiam.

A mesa voltou a aparecer na seção "unidos na diversidade", que incluiu um desfile de dança. Neste momento, dançarinos subiram à mesa para representar vários tipos de dança, incluindo elementos da cultura ballroom, um tipo de baile criado pela comunidade LGBTQIA+ no subúrbio de Nova York nos anos 1920.

Para encerrar, o cantor e ator Philippe Katerine surgiu sobre a mesa pintado de azul e vestido de Dionísio, segundo explicação dos Jogos Olímpicos. Dentro de uma bandeja com uvas e queijos, coberto apenas por plantas artificiais, Katerine cantou a faixa inédita "Nu", de seu novo álbum "Zouzou". As drag queens e os outros dançarinos que participaram das outras cenas assistiram à apresentação em volta da mesa.

A interpretação do deus grego Dionísio nos conscientiza do absurdo que é a violência entre seres humanos.
Jogos Olímpicos, no Twitter

O ator Philippe Katerine interpretou Dionísio na abertura das Olimpíadas 2024 Imagem: Reprodução/Globoplay

Essas cenas foram intercaladas com outros momentos da abertura. As cenas representadas na mesa foram mostradas em meio a outras imagens, que representavam uma pista de dança, e passagens de delegações pelo Rio Sena.

Espectadores discutiram cena

As imagens enfureceram a extrema-direita francesa. "A todos os cristãos do mundo que se sentem insultados pela paródia de drag queen, saibam que não é a França que fala. Mas uma minoria da esquerda pronta para toda provocação", disse Marion Marechal, sobrinha de Marine Le Pen, conforme noticiou o colunista do UOL Jamil Chade.

Outros representantes da extrema-direita chamaram a abertura de "sacrilégio" e "vergonha". As críticas se estenderam, além desta cena, para a diversidade exibida na abertura, como a apresentação da cantora Aya Nakamura. Nascida em Bamako, no Mali, ela imigrou com a família para o subúrbio parisiense de Aulnay-sous-Bois.

Nas redes sociais, telespectadores defenderam a cena. Além de apontarem outras versões do quadro de Da Vinci, também mencionaram que os artistas ali presentes representam a diversidade.

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