Tem o Texas no peito e esnobou Grammy: Cody Johnson canta na Festa do Peão
Júlio Boll
Colaboração para Splash, em São Paulo
01/08/2024 05h30
Aos 37 anos, Cody Johnson só quer saber de boa música e colocar o pé na estrada. Em seu primeiro show no Brasil, marcado para o dia 24 de agosto, dentro da programação da Festa do Peão de Barretos, a expectativa é alta para a performance no palco, mas também para interagir com os fãs e conhecer melhor o país.
Quem é Cody Johnson?
Desconhecido por muitos no Brasil, Johnson não vê isso com maus olhos. Muito pelo contrário. Ele demonstra ser uma artista que busca a eficiência no palco e poder cantar com a alma — algo que está muito presente em "Dirt Cheap", seu single mais recente, que divulga seu sétimo disco, "Leather".
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Segundo Johnson, seu grande sonho sempre foi ter um rancho e criar seus filhos lá, para que eles tenham memórias pescando, caçando, cavalgando, passando tempo juntos. "A música 'Dirt Cheap' realmente falou comigo sobre isso. Não precisamos ter muita terra para entender o conceito. É sobre onde seu coração está e não desistir disso apenas por ganhos monetários. Vivemos em uma sociedade onde tudo é sobre dinheiro, mas nem sempre é sobre isso. É sobre o que está aqui dentro", afirma ele, em entrevista a Splash.
Grammy? Não fui
Johnson possui uma média de 9 milhões de ouvintes mensais no Spotify e seus clipes no YouTube já somam mais de 800 milhões de visualizações. Após começar a carreira se apresentando em rodeios norte-americanos, Johnson lançou seu primeiro disco, "Six Strings One Dream", apostando em um country cheio de personalidade.
De lá para cá, sempre dedicado a participar de rodeios, Johnson acabou criando uma proximidade com os americanos. Em 2023, os prêmios e a repercussão em charts começaram a lhe dar mais brilho: no ano passado, venceu a Performance do Ano no CMT Music Awards, além do prêmio de Melhor Novo Artista Country no iHeart Radio Awards.
Para consagrar 2023, Johnson venceu o Grammy de Música Country do Ano por "Til You Can't". No entanto, mesmo com o reconhecimento, Johnson não tenta se apegar a troféus — somente ao impacto dos fãs que se atraem por isso.
Ele conta, por exemplo, que não compareceu à cerimônia de entrega do maior prêmio da música. "Você vai achar engraçado, mas, no dia em que ganhamos o Grammy, eu nem estava lá. Eu estava em um rodeio", começou ele, entre risadas.
Levo uma vida muito simples. Não fico com a cabeça nas nuvens sobre muitas coisas. Mas sinto o impacto com certeza, porque seja um Grammy, um CMA Award, um CMT ou ATMs ou uma aparição na televisão, você sente o impacto depois, porque está alcançando uma audiência global maciça. Cody Johnson
Personalidade e família
Johnson leva uma vida discreta no leste do Texas quando não está na estrada. Na maior parte do tempo, está acompanhado de sua mulher, Brandi, com quem é casado desde 2008. Em entrevistas, o cantor já afirmou o quanto é grato a ela pelo apoio no início da carreira.
Quando os números decolaram, o casal passou a viajar juntos para apresentações e teve dois filhos: Clara Mae e Cori, de 9 e 7 anos, respectivamente. O trio faz questão de acompanhar o artista pelos rodeios, sempre viajando no mesmo motorhome.
Ao longo dos anos, Johnson também acabou desenvolvendo uma conexão com tatuagens. Uma delas, uma tatuagem do Texas no peito, simboliza apenas seu carinho por sua terra natal — ele conta que não doeu tanto assim para fazer o desenho.
Brasil e a música
Já sobre a apresentação no Brasil, marcada para o dia 24, Johnson faz questão de frisar o quanto está curioso sobre conhecer os rodeios daqui. Acostumado a fazer laço em dupla e até montar em touros, o artista costuma treinar com cavalos e competir com gados nas horas vagas.
Por ser um país diferente, sua curiosidade é ver como funcionam as disputas na América do Sul. "Estou realmente ansioso para ver como o rodeio se traduz na sua cultura, porque essa é minha paixão. Não assisto futebol, não assisto beisebol, apenas assisto rodeio", conta ele, entre risadas.
Nos EUA, temos, e vocês também, o Cowboy Channel, onde você pode assistir rodeio o dia todo. Então, ver o rodeio na sua cultura é o que mais me empolga. Cody Johnson
Em relação à música, o cantor prefere não citar nomes porque ainda descobriu pouco sobre os sucessos brasileiros. Segundo ele, um mês atrás, pediu ajuda de produtores para lhe darem "uma lista de quem deveria ouvir". "A música brasileira me parece simular à música Tejano Tex-Mex, só que diferente. Mesmo que não consiga entender, eu sinto a energia, me faz sorrir e penso 'isso soa bem', sabe?"
Sobre os artistas brasileiros que estouraram no exterior, Anitta é uma das que ele "já ouviu falar". "Escutei um pouco. Nós chamamos isso de pop. Sim, ela é um tipo de pop funk. É quase como Bruno Mars. É meio parecido", tenta comparar, inseguro.
No fim, o que o cativa mesmo é seguir fazendo sua música — seja para poucos ou muitos. "Eu tento tocar algo que seja apenas eu", explica.
Minhas raízes são muito profundas na música country, em que sou um historiador, preocupado de onde começamos, como chegamos aqui. Sinto que a música country muda e evolui tanto que, permanecendo fiel a mim mesmo, acabo me destacando. Cody Johnson
Cody Johnson na Festa do Peão
Quando: sábado, 24/8, às 20h (Cody Johnson, Chitãozinho e Xororó e Hugo & Guilherme)
Onde: Parque do Peão (rod. Brg. Faria Lima, km 428, s/n, Zona Rural, Barretos, SP)
Quanto: a partir de R$ 240
Classificação: 18 anos; menores somente acompanhados dos pais ou de responsável legal
Ingressos à venda pelo site da Total Acesso.