Artista brasileiro de Transformers foi negado 3 vezes na SDCC: 'Sem vaga'

A San Diego Comic-Con, nos Estados Unidos, é o maior evento de cultura pop do mundo, e estar presente nele como artista é um grande feito para a carreira de qualquer um. É o caso do quadrinista paulistano Marcelo Matere, 44, que contou com um lugar para chamar de seu no Artists' Alley da SDCC 2024. No entanto, o caminho não foi fácil.

Hoje ilustrador oficial da Hasbro e desenhista de "Transformers", Matere demorou três anos para conseguir uma vaga no disputado espaço reservado aos artistas. "Comecei a vir já faz anos, e vinha como visitante, com uma pastinha embaixo do braço, e mostrava o que eu tinha para as editoras."

Então, descobri que tinha um pessoal que vendia arte e achei uma mesa vazia. Sentei e comecei a desenhar. Chegou um cara e disse que eu não poderia desenhar porque não pagara pelo lugar e não possuía uma permissão para isso.
Marcelo Matere, a Splash

O funcionário da Comic-Con explicou como funcionava o processo e, a partir de então, Matere começou a tentar uma vaga. Porém, não foi nada instantâneo.

Fiquei na fila por três anos. Todas as vezes que eu tentava, eles pediam para eu tentar de novo, porque não consegui vaga. Era sempre 'sem vaga'. Depois de três anos, dai sim deu certo.

À época, há oito anos, o quadrinista já tinha experiências com outras convenções, principalmente as focadas em "Transformers". Mas, mesmo com um conhecimento prévio, ele acredita não haver nada como a San Diego Comic-Con. "Esta é a maior de todas, chega a ser assustadora, e eu vim com a cara e com a coragem."

Hoje, Marcelo Matere mora no Canadá, mas sempre aproveita a feira para encontrar seus clientes, consumir cultura pop e também conhecer seus ídolos. "Misturo diversão com trabalho nesta viagem. Adoro."

Se engana quem acha que o artista gosta apenas da San Diego Comic-Con: ele já esteve presente em três edições da CCXP, no Brasil, incluindo as duas primeiras. Ele elogia a feira brasileira, mas acredita que existem grandes diferenças ainda: "Aqui, a cidade abraça o evento, algo que não é possível em São Paulo. Além disso, a SDCC é muito mais focada em quadrinhos."

Mas estar longe do Brasil não significa estar longe dos brasileiros. "Sempre aparecem uns por aqui. Mais cedo veio uma garota e eu falei um monte de coisa para ela em inglês. Quando acabei, ela me respondeu em português. Falei: 'pô, me trolando?'"

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