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MP contesta festa milionária com estrela gospel, padre e ex de Marília

Alessandro Campos, Isadora Pompeo e Murilo Huff Imagem: Reprodução

De Splash, em São Paulo

06/08/2024 17h54

Um gasto público de R$ 1 milhão com cachês da cantora gospel Isadora Pompeo, o padre Alessandro Campos e o sertanejo Murilo Huff é contestado pelo MP-CE (Ministério Público do Ceará).

O que aconteceu

O evento acontece entre os dias 9 e 11 de agosto, no aniversário de Baturité. A cidade no sertão do Ceará tem 35 mil habitantes.

Os cachês a serem pagos pelo município são:

  • Murilo Huff, ex-namorado de Marília Mendonça - R$ 500 mil
  • Alessandro Campos, padre e apresentador - R$ 255 mil
  • Isadora Pompeo, cantora gospel - R$ 160 mil
  • Toca do Vale, sanfoneiro e cantor - R$ 150 mil

O promotor Antonio de Souza Júnior questiona o evento próximo do período eleitoral. Ele destaca "a possibilidade de promoção pessoal do gestor público, conforme experiências anteriores", com uso da festa "para angariar votos".

No carnaval de 2024, o prefeito Herberlh Mota (Podemos), bateu palmas e pulou no palco enquanto Mari Fernandez, com cachê de R$ 400 mil, puxou coro de "Já ganhou" para ele.

O promotor afirmou ao UOL, em reportagem sobre o uso eleitoral de shows de prefeitura, que o ato pode ser caracterizado como abuso de poder político.

Helberlh é pré-candidato à reeleição. Edson Lucas, assessor jurídico da Prefeitura de Baturité, diz para Splash que "não há ilegalidade e cabe ao administrador decidir onde elencar as receitas do município".

"O município tem tradição de festejos no aniversário. Há uma movimentação na economia, reservas de hotéis e incremento do comércio. Traz um retorno financeiro. Gostaria que o MP enxergasse não como gasto, mas como investimento", diz Edson.

Splash procurou os quatro artistas que vão participar do evento, mas eles não comentaram.

No documento enviado à prefeitura nesta terça-feira, 6, o MP recomenda cancelar o "gasto claramente excessivo e não razoável de verbas públicas "

O texto cita "dificuldades municipais em saúde, educação e planejamento urbano" e "desabastecimento de medicamentos básicos e essenciais".

O MP recomenda a contratação de artistas locais e gastos com programas culturais para a população da cidade.

O promotor afirma que, a depender da resposta da prefeitura sobre a recomendação, levará o caso à Justiça.

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