MP contesta festa milionária com estrela gospel, padre e ex de Marília
Um gasto público de R$ 1 milhão com cachês da cantora gospel Isadora Pompeo, o padre Alessandro Campos e o sertanejo Murilo Huff é contestado pelo MP-CE (Ministério Público do Ceará).
O que aconteceu
O evento acontece entre os dias 9 e 11 de agosto, no aniversário de Baturité. A cidade no sertão do Ceará tem 35 mil habitantes.
Os cachês a serem pagos pelo município são:
- Murilo Huff, ex-namorado de Marília Mendonça - R$ 500 mil
- Alessandro Campos, padre e apresentador - R$ 255 mil
- Isadora Pompeo, cantora gospel - R$ 160 mil
- Toca do Vale, sanfoneiro e cantor - R$ 150 mil
O promotor Antonio de Souza Júnior questiona o evento próximo do período eleitoral. Ele destaca "a possibilidade de promoção pessoal do gestor público, conforme experiências anteriores", com uso da festa "para angariar votos".
No carnaval de 2024, o prefeito Herberlh Mota (Podemos), bateu palmas e pulou no palco enquanto Mari Fernandez, com cachê de R$ 400 mil, puxou coro de "Já ganhou" para ele.
O promotor afirmou ao UOL, em reportagem sobre o uso eleitoral de shows de prefeitura, que o ato pode ser caracterizado como abuso de poder político.
Helberlh é pré-candidato à reeleição. Edson Lucas, assessor jurídico da Prefeitura de Baturité, diz para Splash que "não há ilegalidade e cabe ao administrador decidir onde elencar as receitas do município".
"O município tem tradição de festejos no aniversário. Há uma movimentação na economia, reservas de hotéis e incremento do comércio. Traz um retorno financeiro. Gostaria que o MP enxergasse não como gasto, mas como investimento", diz Edson.
Splash procurou os quatro artistas que vão participar do evento, mas eles não comentaram.
No documento enviado à prefeitura nesta terça-feira, 6, o MP recomenda cancelar o "gasto claramente excessivo e não razoável de verbas públicas "
O texto cita "dificuldades municipais em saúde, educação e planejamento urbano" e "desabastecimento de medicamentos básicos e essenciais".
O MP recomenda a contratação de artistas locais e gastos com programas culturais para a população da cidade.
O promotor afirma que, a depender da resposta da prefeitura sobre a recomendação, levará o caso à Justiça.
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