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SBT e nomes errados: Conheça curiosidades sobre 'One Piece' no Brasil

Fábio Garcia

07/08/2024 12h00

Atualmente "One Piece" é um dos animes mais populares no mundo, principalmente porque é muito fácil acompanhar os mais recentes episódios do anime e capítulos do mangá (e teve também a ajudinha do live-action). Mas o que poucos sabem é que essa relação de "One Piece" com o Brasil já dura mais de 20 anos, então Splash reuniu aqui um "iceberg" de curiosidades sobre a passagem dessa série pelo nosso país.

Você sabia que Luffy, o protagonista de "One Piece", já teve um "outro nome" no Brasil? O mangá começou a ser publicado no Brasil em 2002 pela editora Conrad, muito antes da série explodir entre os fãs. Para se ter uma ideia, o Brasil foi um dos primeiros países a publicar o mangá shonen, que estava no finalzinho da Saga de Alabasta na publicação japonesa. Por ter saído tão cedo, ainda não havia uma padronização de nomes para ser usado aqui no ocidente. Sendo assim, o Luffy era chamado de "Ruffy" porque a fonética japonesa permite escrever o nome do personagem dessas duas formas.

One Piece Imagem: Reprodução/Toei Animation

E nessa tradução mais nomes foram escritos de forma diferente. A princesa Vivi Nefertari era chamada de "Bibi" na nossa versão, novamente porque o japonês permite escrever dessas duas formas. Rolou também uma adaptação em alguns termos, como a Grand Line, que era chamada de "Grande Rota".

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Para vender o mangá mais barato no Brasil, a Conrad dividia os volumes originais japoneses em dois. Com isso, as capas dos volumes ímpares eram iguais às japonesas equivalentes, porém as capas pares eram exclusivas do Brasil. As imagens utilizadas eram de artbooks ou então de ilustrações coloridas publicadas na "Shonen Jump".

Volume 10 de "One Piece" lançado pela editora Conrad Imagem: Reprodução/Conrad/Guia dos Quadrinhos

"One Piece" já teve duas dublagens no Brasil. O anime é um sucesso com a versão localizada da Netflix, mas no final dos anos 2000 o anime foi lançado por aqui com outras vozes. O protagonista Luffy, hoje feito pela dubladora Carol Valença, era vivido por Vagner Fagundes (o Gohan adulto de "Dragon Ball Z").

Curiosamente, algumas vozes foram mantidas nas duas versões da dublagem: Pedro Alcântara (Coby) e Wendel Bezerra (Sanji). Algumas vozes da versão antiga também retornaram em outros papéis: Vagner Fagundes agora interpreta o Law, já a voz do antigo Zoro (Marcelo Campos) deu "vida" ao Ace.

"One Piece" já foi exibido no SBT ao lado do "Naruto". A emissora de Silvio Santos ajudou a popularizar o ninja loiro, e na época eles procuraram um outro anime para manter a boa audiência. O escolhido foi "One Piece", mas infelizmente apenas a primeira temporada foi exibida. Um dos motivos para a falta de sucesso era a versão comprada, pois era o anime censurado pela distribuidora americana 4Kids, que cortava sangue, violência, armas e referências religiosas.

O SBT teve uma versão brasileira de "We Are". Embora tenha exibido a versão americanizada de "One Piece", cuja abertura era um rap apresentando os personagens, na transmissão do SBT a abertura foi trocada por uma adaptação da original japonesa. Ou seja, os fãs puderam assistir ao clássico "We Are" com uma letra traduzida, e às vezes até lembram dessa música em shows de anime. Confira no vídeo acima.

Conhecemos "One Piece" como um sucesso incontestável, mas os quadrinhos já passaram perrengue no Brasil. A versão lançada pela Conrad chegou ao volume 70 (o equivalente ao volume 35 do Japão, que é o começo de Water Seven), mas a editora passou por uma crise financeira em 2011 e pausou a publicação. Por conta disso a Shueisha cancelou o contrato e pegou a licença dos piratas (e de outros mangás) de volta. "One Piece" voltou a ser publicado por aqui em 2012 pela editora Panini, que também pegou o "Dragon Ball" da editora rival.

Volume 36 de "One Piece" da editora Panini Imagem: Reprodução/Panini

Como "One Piece" já estava sendo publicado há muito tempo no Brasil e fãs já tinham comprado os primeiros volumes, a Panini decidiu uma estratégia inédita para desagradar ninguém. "One Piece" começou a ser publicado em duas frentes, lançando junto o volume número 1 e o volume número 36 para quem desejava continuar de onde a Conrad parou. A publicação simultânea causou uma pequena confusão nos leitores, mas em alguns anos as frentes se encontraram.

Alguns personagens e itens têm nomes diferentes na tradução da Crunchyroll. Quem assistiu ao anime com a legenda da Crunchyroll pode ter percebido que alguns nomes são escritos de forma alternativa às traduções que usam palavras em japonês. O minério kairoseki, por exemplo, é chamado de "oceanita".

Diretor Magellan de "One Piece" Imagem: Reprodução/Toei Animation

Mas talvez o nome mais diferentão da versão Crunchyroll é o do responsável pela prisão Impel Down: enquanto ele é mais conhecido por Magellan em algumas traduções, na Crunchyroll ele é chamado de Magalhães. Isso não é um erro porque o nome do personagem veio do navegador português Fernão de Magalhães. Acontece que esse nome é traduzido para inglês como "Ferdinand Magellan", provavelmente porque os estrangeiros teriam dificuldade de pronunciar esse sobrenome.

Onde acompanhar 'One Piece' no Brasil?

Os episódios mais recentes do anime no Japão são lançados pela Crunchyroll e pela Netflix (nesta com um pequeno atraso), sempre com legenda em português.

O anime está completo na Crunchyroll, com legenda. E para quem já conhece a série inteira e só quer assistir a um capítulo aleatório, a Pluto TV tem um canal que exibe 24h da série.

Para assistir a "One Piece" com dublagem em português, a Netflix vem lançando as sagas com as vozes brasileiras. A última lançada foi a dos Homens-Peixe, mas Punk Hazard vem aí. Alguns episódios dublados também podem ser vistos na Crunchyroll e no Max.

Caso queira ler a versão em quadrinhos, o título é publicado pela editora Panini em dois formatos: o tradicional de 200 páginas em média e uma edição 3 em 1 com 600 páginas. Os capítulos mais recentes podem ser lidos no site oficial Manga Plus, com tradução para português e tudo.

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