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Paulo Ricardo e Deluqui fazem acordo; nova banda se chamará RPM - O Legado

De Splash, em São Paulo

07/08/2024 18h05

Paulo Ricardo e Fernando Deluqui chegaram a um acordo na Justiça e emitiram uma nota conjunta em que afirmam que o guitarrista poderá usar o nome "RPM - O Legado".

O que aconteceu

Após uma longa disputa judicial, Deluqui, único membro original do RPM, usará o nome na banda com nova formação. Paulo Ricardo segue carreira solo desde 2017.

Paulo Ricardo e Fernando Deluqui firmaram acordo que permite "preservação da obra do RPM na formação original" e "viabiliza os projetos de Deluqui e sua nova banda". "Para alcançar esse entendimento mútuo foi essencial compreender que todas as iniciativas tomadas por Paulo Ricardo e Fernando Deluqui sempre tiveram por objetivo preservar a memória e os valores que inspiraram os inúmeros sucessos do RPM, banda que Paulo Ricardo liderou com enorme competência e talento e da qual nunca se afastou", diz a nota, assinada pelos dois músicos.

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O comunicado afirma que Deluqui tem "todo direito de desenvolver novos projetos com a nova banda". "Apesar de não ser o RPM, tem um dos integrantes da banda original. Daí o novo nome: RPM O LEGADO, que assim será denominado nas plataformas digitais e redes sociais."

Paulo Ricardo e Deluqui agradecem os fãs e afirmam que os desentendimentos ficaram no passado. "Em 2017 houve um grande mal-entendido. Paulo Ricardo quis dar uma pausa e Luiz Schiavon, P.A. e eu quisemos continuar, infelizmente nos desentendemos, mas isto ficou no passado", diz Deluqui.

Eles também dizem que a história da banda supera as diferenças entre os integrantes. O sucesso conquistado pela banda RPM e o impacto que sua música causou no coração e na memória de todos é algo que jamais irá desaparecer. Supera em muito qualquer diferença que possa ter existido no passado.

Paulo Ricardo e Fernando Deluqui agradecem a todos os seus fãs e admiradores que continuam servindo de inspiração para outros tantos sucessos que virão e comunicam que toda a obra da formação original da banda, com Paulo Ricardo, Luiz Schiavon, Fernando Deluqui e Paulo P.A. Pagni estará disponível em todos os apps de música assim como os vídeos no YouTube sob o nome de RPM, sigla de Revoluções por Minuto.

Em entrevista a Splash, Paulo Ricardo disse estar "muito aliviado" com a resolução do caso. "Foi uma coisa truculenta, difícil, judicializada. Foi péssimo, mas que chegou a um final feliz, e é isso que interessa. Tudo bem quando termina bem. [...] Isso é uma coisa que entristece a gente, porque fomos tão amigos, fizemos tanto sucesso juntos, e estar em uma situação de litígio não é bom para ninguém. Isso está resolvido, essa energia se dissipou", disse.

Como foi a batalha judicial do RPM

A briga começou em 2017, quando os outros membros entraram com um processo contra Paulo Ricardo. Em uma decisão de 2021, Paulo foi impedido de usar o nome do RPM e de regravar músicas da banda, além de ser condenado a pagar uma indenização de R$ 112 mil. Eles acusavam Paulo Ricardo de registrar o RPM apenas em seu nome, descumprindo um contrato assinado em 2007 no qual os músicos se comprometeram a não explorar individualmente o nome RPM. Ele podia, no entanto, cantar as faixas recolhendo os devidos direitos autorais.

Em 2023, Paulo Ricardo entrou na Justiça contra Deluqui para que ele parasse de usar o nome RPM. Com a morte de Paulo Pagni em 2019 e de Luiz Schiavon em 2023, e com Paulo Ricardo seguindo em carreira solo, o guitarrista Fernando Deluqui, único integrante original vivo, seguiu usando o nome RPM com a nova formação, com os integrantes Dioy Pallone e Kiko Zara.

Houve uma decisão favorável a Paulo Ricardo, que alegou que a nova configuração era de uma "banda cover". "Muitos fãs e consumidores acabam por ser enganados. Acreditam adquirir ingressos e produtos do RPM quando em verdade é de outra banda", disseram os advogados de Paulo Ricardo à Justiça, na ocasião.

Fernando Deluqui recorreu e citou um documento de 2011 que permitiria o prosseguimento da banda. À Justiça, o guitarrista negou que tivesse uma "conduta enganosa" e afirmou que um documento de 2011 assinado pelos quatro integrantes originais dá aval ao seguimento da banda com a saída voluntária ou não dos membros. A defesa ainda afirmou que o ex-vocalista "sempre teve como foco principal o individualismo e sua carreira solo".

Banda tem histórico de desavenças. O RPM viveu idas e vindas ao longo dos anos até retomarem as atividades pela última vez em 2014. Eles permaneceram juntos até 2017, quando Paulo Ricardo deixou o grupo.

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