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Antes de ser esporte olímpico, breaking já era um dos pilares do hip hop

O b-boy venezuelano Lil G nas qualificatórias de breaking em Budapeste Imagem: Getty Images

De Splash, em São Paulo

09/08/2024 05h30

Nesta sexta-feira (9), depois de 50 anos de história, o breaking faz sua estreia como modalidade olímpica nos Jogos de Paris.

Esporte, dança e cultura

O breaking é um dos cinco pilares do hip hop. Nos anos 70, o DJ Afrika Bambaataa definiu os cinco elementos essenciais da cultura que nascia em Nova York: DJ (disc-jockey, que produz as melodias), MC (mestre de cerimônias, que faz as letras), graffiti (a expressão visual da cultura), breaking (a expressão corporal) e conhecimento (da história do movimento). Alguns estudiosos do tema também incluem elementos como a moda e o beatboxing.

O esporte vai levar os outros pilares da cultura às Olimpíadas. Por exemplo: a competição se dá através de batalhas conduzidas por MCs; os b-boys e b-girls (como se chamam os atletas de breaking) dançam em freestyle, ou improviso, músicas escolhidas pelo DJ.

Será necessário manter um equilíbrio entre a rigidez de um esporte competitivo e a fluidez da cultura. Cristiane Dias, autora do livro "A Pedagogia Hip-Hop" e b-girl, explica: "O MC precisa manter a essência, porém precisa narrar a competição com olhar desportivo, seguindo as regras da WDSF [órgão internacional que regulamenta as regras do breaking]; o DJ é outro elemento fundamental para que a competição ocorra, uma das regras é que o DJ deve tocar a mesma seção de uma música para ambos os participantes em cada rodada de uma batalha".

Sempre b-boy, às vezes atleta

Hoje, os campeões brasileiros são a b-girl Mini Japa e o b-boy Leony. A bio de Leony no Instagram é um resumo da força da cultura hip hop, mesmo após cinco décadas: "Sempre bboy, às vezes atleta".

Nenhum atleta brasileiro se classificou para as Olimpíadas. Cristiane aponta que, como se trata de uma modalidade nova, ainda é preciso "construir o sonho olímpico" entre os b-boys e b-girls. "Um dos caminhos é a sua difusão nas escolas. Acredito que as crianças e as juventudes precisam e devem ser o foco", argumenta.

O breaking brasileiro tem suas vantagens. "Expressões populares como capoeira, frevo, samba e funk brasileiro contribuem para aumentar a capacidade de criação e execução dos fundamentos da dança breaking. Isso dá originalidade ao competidor, o que potencializa e deixa a dança ainda mais freestyle, como em suas origens", reflete Cristiane. Ela cita como exemplo o grupo brasileiro Tsunami All Stars e os b-boys Neguin e Pelé:

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