OPINIÃO
Ney Matogrosso hipnotiza fãs em SP e vive o auge da turnê 'Bloco na Rua'
Adriana de Barros
Colaboração para Splash, em São Paulo
11/08/2024 12h40
Ney Matogrosso elevou a turnê "Bloco na Rua - Ginga pra Dar & Vender" para um novo patamar na noite de sábado (10), em São Paulo. O show, que antes era só "Bloco na Rua", recebeu um novo nome após percorrer vários estados do país e virou uma megaprodução.
Nem as baixas temperaturas que marcavam os termômetros da capital foram capazes de afastar o público diverso, que lotou o Allianz Parque, na zona oeste da cidade.
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A versão mais parruda, com recursos visuais, tecnológicos e cenográficos, foi aprovada pela plateia. Mas foram a voz impecável de Ney e o movimento corporal enquanto cantava os grandes responsáveis por hipnotizar os fãs. Sim, Ney tem muita ginga pra dar e vender.
Quando se trata de Ney, não há exagero em dizer que ele canta com o corpo. Mesmo passadas algumas décadas, a performance característica que o cantor colocou no palco desde o começo da carreira segue admirável.
Com a cumplicidade da banda que o acompanha há um tempo, composta por músicos renomados, Ney abriu a apresentação com "Bloco na Rua", a canção mais famosa de Sérgio Sampaio, lançada em 1973, que também dá nome à turnê.
O repertório seguiu com compositores muito bem selecionados pelo artista. Teve "Jardins da Babilônia" e "Corista de Rock", de Rita Lee, "O Beco", de Herbert Vianna e Bi Ribeiro. Não demorou muito para a arena virar um enorme karaokê de latinidades. "Já Que Tem Que", de Itamar Assumpção, promoveu o momento mais dançante, transformando o Allianz em pista de dança.
Com a conotação política que carregam ignoradas, "Pavão Mysteriozo", clássico de Ednardo, e "Sangue Latino", hit de Ney com Secos e Molhados, foram distribuídas de modo assertivo no desenho do show e ganharam a emoção do público mais saudoso.
O mesmo aconteceu durante a execução de "Yolanda", de Chico Buarque, e "Poema", de Cazuza. Dois compositores, aliás, que foram interpretados em outros momentos da apresentação.
Foi na vez de "Balada do Louco", dos Mutantes, e no encerramento com "Pro Dia Nascer Feliz", do Barão Vermelho, que apareceu a versão mais rock'n'roll do artista. Os fãs, no entanto, sentiram a ausência de "Homem com H" na setlist. Muitos se encarregaram de não deixar passar em branco e cantaram em coro enquanto caminhavam para a saída do Allianz.
Ney interagiu poucas vezes com o público, como de costume. No início, ele agradeceu pela presença de todos, mais tarde devolveu um "eu também amo vocês" e abreviou o momento do bis. "O show teoricamente acaba aqui. Eu posso fingir que vou sair, vocês gritam, e eu volto. Ou eu posso continuar daqui". E foi assim que seguiu para a parte final do espetáculo.
Setlist
- Eu Quero é Botar Meu Bloco na Rua
- Jardins da Babilônia
- O Beco
- Já Sei
- Pavão Mysteriozo
- Tua cantiga
- A Maçã
- Yolanda
- Postal de Amor
- Ponta do Lápis
- Corista de Rock
- Já Que Tem Que
- O Último Dia
- Sangue Latino
- Como 2 e 2
- Poema
- Roendo as Unhas
- Pro Dia Nascer Feliz
** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL