'Insuportável': Betty Faria critica pressão para escrever aos velhinhos
Betty Faria, 83, criticou abertamente o que ela define como 'pressão para que se escrevam roteiros voltados ao público idoso'.
O que aconteceu
Segundo a atriz, é possível ter personagens idosos como protagonistas. Mas, para ela, é um erro se pressionar os roteiristas para criar histórias apenas para o público mais velho.
Acho que faz parte da realidade do audiovisual. As histórias não são focadas nas pessoas mais velhas, salvo algumas exceções. Às vezes, há um bom papel para uma pessoa mais velha, às vezes, um protagonista idoso. Acho insuportável essa cobrança de que se deve escrever para os mais velhos. Coitados dos autores. Não acho isso gostoso, acho fora da realidade internacional. Declarou a atriz, em entrevista ao jornal O Globo
Aos 83, a atriz destacou que segue sendo chamada para realizar diversos trabalhos. "Felizmente, não me falta trabalho. Venho sendo chamada para trabalhos sem parar. Esse discurso de 'os autores têm que escrever para os velhinhos', 'os influenciadores não podem trabalhar', isso acho horrível. Acho discriminatório. Não estou aqui para discriminar ninguém; quero mais é que as pessoas sejam felizes e encontrem seu caminho."
No entanto, a atriz também ressaltou a importância de cuidar dos artistas veteranos que não tiveram a mesma sorte em suas trajetórias. "O certo é que os velhos artistas que não tiveram a sorte que tive sejam protegidos em suas casinhas no Retiro (dos Artistas, no Rio de Janeiro), com assistência médica, com boa alimentação e com um fim de vida gostoso.
Gostaria que fosse criada uma lei para que todos os artistas que tenham um contrato tenham que doar uma percentagem para o Retiro dos Artistas.
Recentemente, Betty Faria protagonizou o curta-metragem "Como chorar sem derreter", dirigido por sua neta, Giulia Butler. O filme foi selecionado para diversos Festivais. "Foi uma coisa amorosa, um curta que ela fez para a formatura da faculdade de cinema. Fiquei muito feliz porque ele foi selecionado para o Festival de Cinema de Vitória e depois para o Festival Internacional de Cinema de Paraty, onde ela ganhou o prêmio de melhor direção".
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