Conteúdo publicado há 3 meses

'Nosso ícone': famosos lamentam morte de Silvio Santos

Silvio Santos, um dos maiores apresentadores da história da TV brasileira, morreu neste sábado (17), aos 93, em decorrência de uma broncopneumonia após infecção por H1N1. A informação foi confirmada pelo SBT.

A notícia da morte do apresentador e fundador do SBT causou grande comoção no meio artístico. Nomes como Larissa Manoela, Rodrigo Faro, Mara Maravilha, entre outras celebridades, deixaram mensagens de homenagens ao eterno homem do baú nas redes sociais.

Confira as mensagens dos famosos:

Em post oficial do SBT anunciando a morte de Silvio, Larissa Manoela, que iniciou sua carreira no SBT durante a infância, lamentou: "Só gratidão por todos os ensinamentos! Hoje o céu está em festa e a gente triste por não termos mais nosso ícone pra nos alegrar aos domingos. Meus sentimentos a toda família!".

Márcia Dantas, repórter do SBT, escreveu: "Estou despedaçada". A influenciadora Camilla Loures também deixou uma mensagem: "Será eternamente lembrado".

"Descanse em paz, mestre. E obrigada por transformar vidas, sonhos e realidades. Sinceros sentimentos a toda família", escreveu Nany People.

Mara Maravilha falou sobre a morte do apresentador em entrevista ao É de Casa (TV Globo): "Meus sentimentos a todo o Brasil. O brasileiro sabe que o Silvio Santos é coisa nossa. [...] Ele é aquele familiar, não é só um comunicador, é da família de todos os brasileiros'.

Ana Maria Braga também falou ao É de Casa: "Ele tinha uma visão de 360 graus. Ele comandava tudo com toda maestria, ele conseguiu ter uma televisão própria, que não é pra qualquer um. E fez isso com o sorriso nos lábios o tempo inteiro".

Em seu perfil do Instagram, Rodrigo Faro, que interpreta Silvio em cinebiografia prevista para setembro, fez uma homenagem ao artista: "O Brasil perde hoje o maior nome da televisão brasileira, um gênio da comunicação. Silvio se foi, mas seu legado será eterno. Foi assistindo Silvio na TV que eu descobri a minha vocação. Silvio foi uma inspiração para mim e para todos aqueles que trabalham com comunicação nesse país. Que honra ter conhecido e aprendido com esse grande artista. Descanse em paz Silvio. Meu abraço e meus sentimentos aos familiares, amigos e a toda família SBT".

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Marcos Mion também fez sua homenagem: "Obrigado por tudo! O maior que já tivemos e que jamais teremos na comunicação. As poucas vezes que pude estar ao seu lado validaram o brasileiro que amava e admirava o profissional que luta diariamente para ser reconhecido".

Luciano Huck resgatou uma foto ao lado de Silvio e Angélica, e o exaltou: "Maior nome da história da TV brasileira, maior nome da comunicação e do entretenimento no Brasil. O primeiro comunicador a compreender o real tamanho do Brasil, a não ignorar a diversidade da nossa população e a estender o microfone e as câmeras para todos os brasileiros. Foi ele quem transformou o domingo em dia de reunião da família, quem fez do sofá o lugar de encontro de gerações de brasileiros".

Lilia Cabral relembrou um encontro com Silvio no Troféu Imprensa. "Nesse dia eu iria receber das mãos de um dos maiores comunicadores do Brasil, que fez história e vai continuar fazendo história. Confesso que eu estava muito nervosa, estar ao lado dele mexia com muitas lembranças de tantos domingos, tantas risadas, era mesmo o domingo da alegria. Nunca me preocupei tanto com a minha roupa, cabelo e maquiagem. Essa foto eu tirei do livro que recebi das filhas com um cartão lindo. Deixo aqui os meus sentimentos, o meu carinho para a família. Hoje é um dia triste para o Brasil, chorei, fiquei triste, todos nós ficamos! O Brasil te amará sempre".

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Tatá Werneck publicou um vídeo de um momento em que esteve com Silvio: "Fiquei no camarim com Jô Soares nesse dia. Todos eram reverentes ao Silvio Santos. Ele causava o nervoso que a gente tem quando vai conhecer um ícone. Que tenha a paz que merece depois de revolucionar tanto".

Carreira

Foram seis décadas de uma trajetória de sucesso que teve o seu auge como dono do SBT e parte de um conglomerado que leva seu nome, reunindo ainda mais de 30 empresas, como a Liderança Capitalização, responsável pela Tele Sena, e a Jequiti.

Senor Abravanel nasceu em 12 de dezembro de 1930 no boêmio bairro da Lapa, no Rio de Janeiro. Primeiro dos seis filhos de Rebeca e Alberto, imigrantes judeus sefarditas que chegaram ao Brasil seis anos antes, teve uma infância pobre e começou a trabalhar como camelô aos 14 anos. Vendia capas plásticas para título de eleitor — o Brasil estava sendo redemocratizado após o Estado Novo.

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Ali, nas ruas da então capital federal, já era possível perceber seu grande poder de comunicação no trato com o público. Ele aprendeu a manipular moedas e baralhos para chamar a atenção das pessoas. O jovem Silvio também adorava jogar futebol e foi um aluno popular na escola, onde recebeu o apelido de Cenourinha, dado pelos colegas, como diminutivo de Senor.

Formou-se técnico em contabilidade - o que ajuda a explicar o tino para os negócios, que o fizeram acumular uma fortuna de mais de R$ 1 bilhão. Também serviu ao Exército na escola de paraquedistas, de onde saiu considerado um bom saltador.

Emprego na rádio e TV

Mas sua sorte começou a mudar mesmo quando, em uma batida, o chefe da fiscalização da Prefeitura do Rio, Renato Meira Lima, impressionou-se com o dom de Silvio e entregou-lhe um cartão de Jorge de Matos, dono da Rádio Guanabara, para que tentasse um emprego formal por lá.

Deu certo: Silvio conseguiu o emprego, mas a carreira na Rádio Guanabara durou apenas um mês. Ele percebeu que, como camelô, ganharia mais e trabalharia menos. Só aos 18 anos resolveu voltar a ser locutor, desta vez na Rádio Continental, em Niterói.

Em 1957, conheceu Manoel da Nóbrega, radialista de sucesso em São Paulo. Dali para a TV Paulista foi um pulo.

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O primeiro programa na emissora veio em 1961. Sob o comando de Silvio, "Vamos Brincar de Forca", seu programa de variedades, foi um sucesso nas noites de domingo, mais tarde rebatizado para "Programa Silvio Santos".

O estrelato

Em 1966, quando Roberto Marinho comprou a TV Paulista e a incorporou à TV Globo, Silvio foi mantido com seu programa dominical. Fechou um contrato de "aluguel" da faixa por cinco anos.

Com isso, ele nunca chegou a ser funcionário do poderoso chefão do Grupo Globo. Em 1968, adquiriu o Baú da Felicidade e os altos índices de audiência de seu programa o elevaram à condição de estrela da emissora. Assim nasceram atrações que seriam consagradas por Silvio, como o "Show de Calouros" e o "Boa Noite, Cinderela".

Em 1972, o animador fechou contrato com a Globo por mais cinco anos e, por baixo dos panos, começou a articular a consolidação de um canal de TV —a emissora, então comandada por Boni e por Walter Clark, achava que seu programa destoava do restante da programação.

A oportunidade de ouro para Silvio surgiu quando João Batista Amaral quis vender os seus 50% de ações da TV Record. O outro sócio, Paulo Machado de Carvalho, foi quem sugeriu a compra a Silvio, que fechou o negócio e ficou com metade da emissora.

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Em 1975, o presidente Ernesto Geisel assinou um decreto outorgando a Silvio o canal 11 do Rio de Janeiro. O apresentador e empresário passou a transmitir seus programas simultaneamente na Tupi e na TVS. Depois da falência da Rede Tupi, em 1980, o "Programa Silvio Santos" em São Paulo foi transferido para a Rede Record. Entretanto, o empresário sonhava em ser dono de uma rede nacional de televisão.

Em 1981, Silvio Santos obteve a licença para operar o canal 4 de São Paulo, que se tornou a TVS da capital paulista. A partir das emissoras do Rio e de São Paulo, surgiu o embrião do Sistema Brasileiro de Televisão, o SBT, e o resto é história.
Silvio sempre foi um comunicador muito popular. Dizia ter aprendido o que sabia com um domador de leões do circo pelo quais passou.

"O público é como um leão, se você tiver medo, ele te devora!", dizia. Durante sua carreira, gravou e consagrou uma série de marchinhas, como "A Pipa do Vovô".

Política e susto com família

Silvio tentou, ainda, sair candidato à Prefeitura de São Paulo e também à presidência do país, mas não emplacou as candidaturas. Numa trajetória meteórica, marcada por sucessos, Silvio viveu o inferno em 2001, quando sua "filha número 4", Patrícia Abravanel, foi sequestrada. Após dias de negociação, o resgate foi pago e Patrícia foi solta.

Mas, na fuga, Fernando Dutra Pinto matou a tiros dois policiais e invadiu a casa de Silvio no dia 30 de agosto daquele ano. O sequestrador manteve o empresário e toda sua família como reféns e só se entregou com a chegada do governador de São Paulo na época, Geraldo Alckmin.

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Silvio foi casado por duas vezes e deixa viúva a jornalista e novelista Íris e as filhas Cíntia, Silvia, Daniela, Patrícia, Rebeca e Renata.

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