Conteúdo publicado há 3 meses

Silvio Santos, dono do SBT, morre aos 93 anos

Silvio Santos, o maior comunicador da história da TV brasileira, morreu neste sábado (17) aos 93 anos. A informação foi confirmada pelo SBT em suas redes sociais.

Especial: Relembre a trajetória do maior comunicador da TV brasileira

O hospital Albert Einstein, onde Silvio estava internado, confirmou em boletim médico que o apresentador morreu às 4h50, em decorrência de uma broncopneumonia após infecção por influenza (H1N1).

O que aconteceu

Apresentador deu entrada no hospital no último dia 1 de agosto. Segundo a assessoria do SBT, ele foi ao hospital para realizar exames que não podem ser feitos em domicílio.

Silvio Santos teve um quadro de H1N1 em julho. Na época, após negar que ele estivesse internado, a assessoria do SBT admitiu que ele estava hospitalizado com influenza A: "Ele está sendo medicado e no hospital", diz comunicado da emissora lido ao vivo por Michelle Barros no "Chega Mais".

O Albert Einstein montou um "plano de guerra" para evitar o vazamento de informações, segundo apurou a reportagem.

Nova internação seria por outro motivo, segundo informou o jornal O Globo. O canal divulgou uma nota negando que o apresentador esteja em estado crítico. "Silvio Santos segue no hospital apenas para cuidados médicos necessários."

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Tiago Abravanel, neto do apresentador, informou à coluna de Lucas Pasin, de Splash, que o avô estava bem. "Tá sendo tratado nesse momento delicado, mas graças a Deus muito bem assistido, a família toda", afirmou o ator.

A assessoria de imprensa do SBT não forneceu nenhuma atualização sobre o estado de saúde do dono da emissora na última semana.

Carreira

Foram seis décadas de uma trajetória de sucesso que teve o seu auge como dono do SBT e parte de um conglomerado que leva seu nome, reunindo ainda mais de 30 empresas, como a Liderança Capitalização, responsável pela Tele Sena, e a Jequiti.

Senor Abravanel nasceu em 12 de dezembro de 1930 no boêmio bairro da Lapa, no Rio de Janeiro. Primeiro dos seis filhos de Rebeca e Alberto, imigrantes judeus sefarditas que chegaram ao Brasil seis anos antes, teve uma infância pobre e começou a trabalhar como camelô aos 14 anos. Vendia capas plásticas para título de eleitor — o Brasil estava sendo redemocratizado após o Estado Novo.

Ali, nas ruas da então capital federal, já era possível perceber seu grande poder de comunicação no trato com o público. Ele aprendeu a manipular moedas e baralhos para chamar a atenção das pessoas. O jovem Silvio também adorava jogar futebol e foi um aluno popular na escola, onde recebeu o apelido de Cenourinha, dado pelos colegas, como diminutivo de Senor.

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Formou-se técnico em contabilidade - o que ajuda a explicar o tino para os negócios, que o fizeram acumular uma fortuna de mais de R$ 1 bilhão. Também serviu ao Exército na escola de paraquedistas, de onde saiu considerado um bom saltador.

Emprego na rádio e TV

Mas sua sorte começou a mudar mesmo quando, em uma batida, o chefe da fiscalização da Prefeitura do Rio, Renato Meira Lima, impressionou-se com o dom de Silvio e entregou-lhe um cartão de Jorge de Matos, dono da Rádio Guanabara, para que tentasse um emprego formal por lá.

Deu certo: Silvio conseguiu o emprego, mas a carreira na Rádio Guanabara durou apenas um mês. Ele percebeu que, como camelô, ganharia mais e trabalharia menos. Só aos 18 anos resolveu voltar a ser locutor, desta vez na Rádio Continental, em Niterói.

Em 1957, conheceu Manoel da Nóbrega, radialista de sucesso em São Paulo. Dali para a TV Paulista foi um pulo.

O primeiro programa na emissora veio em 1961. Sob o comando de Silvio, "Vamos Brincar de Forca", seu programa de variedades, foi um sucesso nas noites de domingo, mais tarde rebatizado para "Programa Silvio Santos".

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O estrelato

Em 1966, quando Roberto Marinho comprou a TV Paulista e a incorporou à TV Globo, Silvio foi mantido com seu programa dominical. Fechou um contrato de "aluguel" da faixa por cinco anos.

Com isso, ele nunca chegou a ser funcionário do poderoso chefão do Grupo Globo. Em 1968, adquiriu o Baú da Felicidade e os altos índices de audiência de seu programa o elevaram à condição de estrela da emissora. Assim nasceram atrações que seriam consagradas por Silvio, como o "Show de Calouros" e o "Boa Noite, Cinderela".

Em 1972, o animador fechou contrato com a Globo por mais cinco anos e, por baixo dos panos, começou a articular a consolidação de um canal de TV —a emissora, então comandada por Boni e por Walter Clark, achava que seu programa destoava do restante da programação.

A oportunidade de ouro para Silvio surgiu quando João Batista Amaral quis vender os seus 50% de ações da TV Record. O outro sócio, Paulo Machado de Carvalho, foi quem sugeriu a compra a Silvio, que fechou o negócio e ficou com metade da emissora.

Em 1975, o presidente Ernesto Geisel assinou um decreto outorgando a Silvio o canal 11 do Rio de Janeiro. O apresentador e empresário passou a transmitir seus programas simultaneamente na Tupi e na TVS. Depois da falência da Rede Tupi, em 1980, o "Programa Silvio Santos" em São Paulo foi transferido para a Rede Record. Entretanto, o empresário sonhava em ser dono de uma rede nacional de televisão.

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Em 1981, Silvio Santos obteve a licença para operar o canal 4 de São Paulo, que se tornou a TVS da capital paulista. A partir das emissoras do Rio e de São Paulo, surgiu o embrião do Sistema Brasileiro de Televisão, o SBT, e o resto é história.
Silvio sempre foi um comunicador muito popular. Dizia ter aprendido o que sabia com um domador de leões do circo pelo quais passou.

"O público é como um leão, se você tiver medo, ele te devora!", dizia. Durante sua carreira, gravou e consagrou uma série de marchinhas, como "A Pipa do Vovô".

Política e susto com família

Silvio tentou, ainda, sair candidato à Prefeitura de São Paulo e também à presidência do país, mas não emplacou as candidaturas. Numa trajetória meteórica, marcada por sucessos, Silvio viveu o inferno em 2001, quando sua "filha número 4", Patrícia Abravanel, foi sequestrada. Após dias de negociação, o resgate foi pago e Patrícia foi solta.

Mas, na fuga, Fernando Dutra Pinto matou a tiros dois policiais e invadiu a casa de Silvio no dia 30 de agosto daquele ano. O sequestrador manteve o empresário e toda sua família como reféns e só se entregou com a chegada do governador de São Paulo na época, Geraldo Alckmin.

Silvio foi casado por duas vezes e deixa viúva a jornalista e novelista Íris e as filhas Cíntia, Silvia, Daniela, Patrícia, Rebeca e Renata.

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