Cacau Protásio conta que teve que enfrentar gambá em peça
Com apresentação hoje (20) e uma última marcada para 27 de agosto, Cacau Protásio se despede de São Paulo com sua peça solo 100% Cacau. O espetáculo, que é dirigido, roteirizado e protagonizado pela atriz e humorista, reflete sobre temas como racismo e gordofobia de forma leve e cômica. Ela ainda revelou ao UOL uma experiência inusitada envolvendo os bastidores da peça e um gambá.
Conhecida por trabalhos no cinema e na TV, como a novela Avenida Brasil e a série Vai Que Cola, desta vez, a proposta de Cacau não é interpretar personagens, mas sim, se apresentar como ela mesma, contando histórias reais e cômicas da própria vida, da infância à menopausa. Sobre a ida para o palco, a atriz comenta que o "ao vivo" causa mais frio na barriga: "o teatro é desafiador porque a resposta é imediata, você lida diretamente com o público, sem cortes, sem edição. É tudo ou nada!"
No teatro, a comediante também assume a responsabilidade do controle criativo total sobre seu trabalho, mas garante que se diverte com a liberdade em cena e com o improviso: "eu não escrevo nada, tudo está na minha cabeça. Faço apenas um roteiro para guiar o começo e o fim". Mas as experiências engraçadas não se limitam apenas às que Cacau conta durante a peça. Com apresentações feitas em Juiz de Fora, Campinas e Rio de Janeiro, a recepção do público e a vivência nos bastidores de 100% Cacau trazem histórias cômicas para a atriz.
"Não posso contar em qual teatro, mas teve um dia em que eu estava fazendo a peça e vi um gambá! Estava no palco e vi o bicho andando para lá e para cá! Fiz toda a apresentação de um lado só do palco e na hora de sair fiquei apavorada". Nessa situação inusitada, Cacau ainda conta que teve que ter jogo de cintura, e acabou saindo pela porta da frente, ao invés de sair pela coxia, como é o comum. "Eu levei a peça até o final e ninguém percebeu, mas estava morrendo de medo!"
Comédia com representatividade
Cacau afirma que faz questão de usar a sua voz e sua visibilidade para defender as causas em que acredita. No espetáculo, para além do humor cotidiano, a atriz também traz temas sérios que atravessam suas experiências. Abordar questões como racismo, gordofobia, relações familiares e vivências femininas "ensina as pessoas a respeitarem umas às outras e a se defender quando necessário".
No palco, ela ainda lembra personagens que interpretou, ressaltando a importância de assumir esses papéis para passar mensagens de autoaceitação. A Terezinha, de Vai Que Cola, uma mulher gorda e negra, é sinônimo de autoestima e alto-astral.
Faço humor sempre com o propósito de ensinar as pessoas a respeitarem umas às outras, a se colocarem no lugar do próximo. Em uma cena ou outra, tento deixar uma mensagem de igualdade, respeito e aceitação. Aproveito o momento para trazer reflexões importantes. Cacau Protásio
Em 100% Cacau, ela recebe retorno positivo do público: "As pessoas riem desde o início da peça, mas o momento final é a cereja do bolo. Não posso revelar, só quem assistir entenderá. Mas se eu contar aqui, perde a graça, né?".
SERVIÇO 100% Cacau, em São Paulo
Quando: 20 e 27 de agosto*, às 21h
*Com uma sessão acessível no dia 27/8 com audiodescrição e tradução em libras.
Onde: Teatro Sabesp Frei Caneca (Rua Frei Caneca, 569 - Consolação, São Paulo - SP)
Classificação: 12 anos. Menores de 14 anos, somente poderão entrar acompanhados dos pais ou responsáveis
Quanto: A partir de R$19,00 (meia-entrada popular) até R$100,00 (inteira na plateia baixa)
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