Foster The People revisita anos 70 em novo álbum e promete show no Brasil

Sete anos depois do último álbum, Foster The People está de volta com "Paradise State of Mind".

"Muita vida aconteceu desde então", explica Mark, em entrevista a Splash. Os planos da banda, assim como os planos do mundo, foram afetados por uma pandemia. O baterista Mark Pontius, um dos fundadores, deixou o grupo. Foster e Isom Innis se casaram com as atrizes Julia Garner e Carlson Young. Por isso, temas de vida e morte, amor e esperança atravessam este novo álbum.

Este é o álbum preferido de Mark Foster e o quarto trabalho da banda, que estourou há 13 anos com a grudenta "Pumped Up Kicks". "Eu me sinto uma pessoa diferente. Esse é o álbum mais profundo que o Foster The People já fez. É o meu trabalho preferido. Foi a montanha mais alta de se escalar com tanta vida acontecendo entre esses sete anos. Foi um processo voltar ao estúdio e estar onde estamos agora com nova música. Foi um longo processo", conta.

O som, que agora dá mais destaque a instrumentos musicais, é inspirado na música dos anos 70. Em "Paradise State of Mind", trompete, sax, flauta e cordas são mais notáveis em comparação aos primeiros trabalhos da banda, que eram mais marcados por sintetizadores e elementos eletrônicos. O álbum foi gravado em estúdios icônicos, como o The Church, em Londres, e EastWest, em Los Angeles. Entre as referências de Foster, estão artistas como Prince, Tom Tom Club, Parliament-Funkadelic, The Gap Band e The Clash.

Os artistas daquela época usavam efeitos e sintetizadores, mas boa parte do som era uma mistura de instrumentos reais e efeitos e equipamentos analógicos. Então, foi importante para mim tentar ser o mais fiel possível e manter a música o mais "ao vivo" possível, porque quando você ouve coisas daquela época, elas não são perfeitas. Você consegue ouvir a humanidade na música, ela respira. E, para mim, isso é muito mais interessante do que uma música feita ou aperfeiçoada por um computador. Mark Foster

Apresentando novidades na sonoridade da banda, Foster reconhece que seus primeiros álbuns ajudaram a moldar a música que ouvimos hoje. "Há várias bandas daquela época que meio que influenciaram a cultura, de certa forma. Essa é a beleza da arte. Estamos construindo sobre coisas que ouvimos no passado. É legal ser parte disso tudo. Eu entregava pizzas. Eu trabalhava em uma cafeteria. Eu trabalhei com telemarketing, eu vendi produtos de cozinha de porta em porta. Eu trabalhei em um posto de gasolina. Poder fazer música e até poder falar com você sobre isso é um presente. Sou grato por isso."

Segundo Foster, a mente por trás de composições sempre filosóficas e reflexivas, o tema principal das letras agora é a esperança. "Sempre há esperança, não importa o que aconteça. [...] Eu tive que pensar muito antes de fazer esse álbum, porque passei por muitas emoções diferentes em resposta ao que estava acontecendo dentro de mim, mas também no mundo. Cheguei à conclusão de que eu queria fazer um álbum que tivesse esperança, porque senti que era disso que eu precisava. E senti que era isso que eu queria de outros artistas, também. Mas não esperança de um jeito escapista, porque aí parece algo falso."

Há temas de vida após a morte que aparecem muito no álbum. Mortalidade, Deus, as dimensões ou sua percepção do que quer que seja isso. Algumas pessoas podem olhar para o que estou falando sobre a vida após a morte através de uma perspectiva de inteligência artificial. Como seria viver para sempre se você colocasse sua consciência em um computador? São esses tipos de pergunta que penso que confrontaram a todos nós depois de viver uma pandemia, depois de viver vários conflitos e guerras ao redor do mundo. Mark Foster

Os fãs brasileiros do Foster The People podem se preparar: Mark garante que a turnê do novo álbum passará pelo Brasil. "Com certeza, mal podemos esperar para voltar ao Brasil. Nós estaremos aí. Eu não sei exatamente quando ainda, mas estaremos aí", afirma.

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Com quatro álbuns e outros singles na bagagem, ele promete uma setlist que navegará por todo o catálogo da banda. "Vai ser uma mistura de todos os álbuns com o álbum novo. Esse álbum novo está soando muito bem ao vivo, estou surpreso. É lindo ver como um disco se expressa ao vivo, e esse álbum novo, com todo o jazz... 'Glitchzig' é uma das minhas músicas preferidas de tocar agora. Eu achava que essa música seria tão esquisita que poderia não soar bem ao vivo, e agora esse é um dos meus momentos preferidos no show."

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