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Clássicos antigos e modernos: Confira os livros preferidos de Splash

Graciliano Ramos, Elena Ferrante e Lygia Fagundes Telles estão entre os autores indicados da semana Imagem: Divulgação

De Splash, em São Paulo

25/08/2024 05h30

Procurando uma leitura para embalar seu domingo ou começar a semana? Temos cinco sugestões! O colunista Rodrigo Casarin e as repórteres Luiza Stevanatto e Fernanda Talarico, de Splash, contam quais são seus livros preferidos.

Entre as dicas há clássicos antigos e novos, para todos os gostos. Confira:

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"Vidas Secas", de Graciliano Ramos

Rodrigo Casarin - Tenho dificuldade para lidar com esse papo de livros favoritos da vida. Quando perguntado sobre algo nesse sentido, saio com uma história ou miro em pormenores para escolher um ou outro. E talvez não haja cena que tenha sido mais marcante para mim - e para milhares de outros leitores - do que a morte de Baleia nesse clássico de Graciliano Ramos.

O fim da cachorrinha é daqueles momentos que valem toda uma produção literária. Emociono-me só de lembrar. E está dentro de um romance primoroso. Com sua forma enxuta, Graciliano entrega ao leitor a inesquecível saga de uma família que busca sobreviver à fome e a outras agruras do sertão. Um clássico da literatura brasileira que, após entrar em domínio público, é vendido por diversas editoras.

"A Amiga Genial", de Elena Ferrante (Biblioteca Azul)

Luiza Stevanatto - Eleito pelo New York Times o melhor livro do século 21, "A Amiga Genial" é tudo isso mesmo que falam por aí. É o primeiro livro de uma tetralogia que conta a história de duas amigas, Elena (Lenu) e Raffaella (Lila). A primeira obra foca na infância e adolescência das duas garotas e desenha a dinâmica da amizade da dupla. Elas estão crescendo nos anos 50, em um bairro em Nápoles que ainda está se curando das cicatrizes da guerra, marcado pela violência e por vinganças entre as famílias.

É um livro que hipnotiza, faz você querer desvendar a relação de Lenu e Lila. Trata, sobretudo, sobre as complexidades da amizade entre mulheres e sobre o papel da mulher na sociedade, costurado com reflexões sobre amor, inveja, sexo e sucesso.

"Pedro Páramo", de Juan Rulfo (Record, tradução de Eric Nepomuceno)

Rodrigo Casarin - "Vim a Comala porque me disseram que aqui vivia meu pai, um tal de Pedro Páramo". É assim que começa esse monumento de Juan Rulfo, o livro decisivo para que Gabriel García Márquez elaborasse seu próprio universo mágico em "Cem Anos de Solidão".

"Pedro Páramo" começa com a busca de Juan Preciado pelo pai. Em Comala, o que encontra é uma terra mais quente do que o inferno, onde vivos e mortos parecem conviver sem grandes distinções. É comum que o leitor se sinta desnorteado nas primeiras leituras deste que é um dos grandes romances da literatura latino-americana. Daqueles livros que parecem se transformar a cada revisita que fazemos.

"Antes do Baile Verde", de Lygia Fagundes Telles

Fernanda Talarico - Lygia Fagundes Telles flerta com o terror da vida real ao falar sobre amores e perdas neste livro que mudou minha vida. Mesmo escrito há tantos anos, ele continua atual e nos mostrando que, no fim do dia, somos humanos e temos todos os sentimentos juntos: ciúmes, amor, dores, perdas, ganhos, raiva e felicidade. Lygia entrega tudo isso com maestria, em histórias curtas que nos envolvem e nos faz pensar nelas por dias e dias.

"Pássaros na Boca e Sete Casas Vazias", de Samanta Schweblin (Fósforo, tradução de Joca Reiners Terron)

Rodrigo Casarin - Samanta é uma das minhas autoras contemporâneas favoritas e poderia usar essa junção de dois livros numa única edição para trapacear, colocar um título a mais na breve lista. Mas não é o caso.

O volume entra aqui por causa do conto "A Mala Pesada de Benavides", um dos que mais marcaram minha vida de leitor. Um homem fica preocupado após matar a própria mulher. Coloca o corpo inerte numa mala e procura por alguém que possa lhe ajudar. Com a série de desdobramentos absurdos desencadeados a partir do crime, o leitor se pega pensando sobre a espetacularização da violência, a frivolidade de certas pessoas e os limites da arte.

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