Sem citar Globo, Boni cutuca grade da emissora: 'Não pode viver de remake'
José Bonifácio de Oliveira Sobrinho, o Boni, 88, um dos principais responsáveis pelo chamado "padrão Globo de qualidade", alfinetou a atual programação da emissora, que está recheada de remakes.
O que aconteceu
Sem citar nominalmente a Globo, Boni afirmou que uma emissora não pode "sobreviver de remakes e artistas antigos". "Você não pode andar para trás, você não pode viver de remake, de artistas antigos. Quando nós começamos a televisão, nós fomos buscar artistas em todo lugar, a maior pesquisa que nós fizemos não foi de administração, foi de conteúdo [para saber] onde estavam os talentos e [fomos] buscar gente fora, gente no interior [do país]", declarou em recente participação no podcast Flow.
Boni, que passou 31 anos como contratado da Globo, destacou que uma de suas marcas era trazer inovação para a grade da emissora como forma de atrair o público. "Tinha um acordo com o meu pessoal: não pode passar um ano sem que tenha uma novidade absoluta dentro da televisão, uma coisa qualquer, mas nova, um novo gênero de novela, uma novela diferente das que já aconteceram, um novo programa, mas alguma coisa nova".
A Globo tem feito remakes de sucessos da teledramaturgia nacional. Após a nova versão de "Pantanal", a emissora está no ar com o remake de "Renascer" e prepara uma nova versão de "Vale Tudo". O ator Antonio Fagundes também já alfinetou a emissora pela excesso de refilmagens de seus produtos que bombaram no passado.
José Bonifácio saiu da Globo em 1997. Entretanto, ele já declarou que não gostou da forma como foi dispensado do canal, sem receber "aviso prédio", mas um "pontapé na bunda".
Boni mantém laços com a Globo. Seu filho mais famoso, Boninho, é um dos principais nomes da empresa atualmente. Além disso, ele é sócio da TV Vanguarda, afiliada da Globo no Vale do Paraíba, no interior de São Paulo.
Deixe seu comentário
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Leia as Regras de Uso do UOL.