Com Walter Salles e Coringa 2, Festival de Veneza começa; confira destaques

Todos os holofotes do cinema estão voltados para a Itália a partir desta quinta-feira (28), e Splash estará acompanhando cada detalhe da 81ª edição do Festival Internacional de Cinema de Veneza, que segue até 7 de setembro. Não bastassem os filmes de peso que competem nas mostras, o Brasil está bem representado com ficções e documentários, além de jurados que marcarão presença no evento — que tem se tornado uma prévia das indicações ao Oscar.

"Esse é um ano importante que traz o cinema brasileiro em 360 graus", afirma a colunista de Splash Flavia Guerra, que está em Veneza para a cobertura do Festival.

Não estávamos na competição oficial desde 2021. São quase 25 anos que o Brasil não concorria ao Leão de Ouro. A última vez que isso aconteceu foi com 'Abril Despedaçado'. Tudo é muito simbólico e estratégico para o cinema do Brasil, porque festivais são palcos onde não somente se mostra filmes, mas se fazem conexões, contatos. De festivais, nascem muitas parcerias, produções, co-produções. Flavia Guerra

Estão na competição alguns filmes muito aguardados. É o caso de "Coringa: Delírio a Dois", de Todd Phillips; "Queer", de Luca Guadagnino; "Ainda Estou Aqui", de Walter Salles; "The Room Next Door", de Pedro Almodóvar (em seu primeiro filme em inglês); "Babygirl", com Nicole Kidman e Antonio Banderas; e "Maria", de Pablo Larraín com Angelina Jolie.

Confira a lista completa da competição internacional:

  • "The Room Next Door", Pedro Almodóvar;
  • "Campo di battaglia", de Gianni Amelio;
  • "Leurs enfants après eux", de Ludovic & Zoran Boukherma;
  • "The Brutalist", de Brady Corbet;
  • "Jouer avec le feu", de Delphine & Muriel Coulin;
  • "Vermiglio", de Maura Delpero;
  • "Iddu (Sicilian Letters)", de Fabio Grassadonia & Antonio Piazza;
  • "Queer", de Luca Guadagnino;
  • "Love", de Dag Johan Haugerud;
  • "April", de Dea Kulumbegashvili;
  • "The Order", de Justin Kurzel;
  • "Maria", de Pablo Larraín;
  • "Trois amies", de Emmanuel Mouret;
  • "Kill the Jockey", de Luis Ortega;
  • "Coringa: Delírio a Dois", de Todd Phillips;
  • "Babygirl", de Halina Reijn;
  • "Ainda Estou Aqui", de Walter Salles;
  • "Diva Futura", de Giulia Louise Steigerwalt;
  • "Harvest", de Athina Rachel Tsangari;
  • "Youth (Homecoming)", de Wang Bing; e
  • "Stranger Eyes", de Yeo Siew Hua.

Brasil tem chances de levar o Leão de Ouro?

Dirigido por Walter Salles, "Ainda Estou Aqui", está na disputa pelo maior prêmio de Veneza e fará suas primeiras exibições no domingo, 1 de setembro. O longa é estrelado por Fernanda Torres e Selton Mello e conta com o plus da participação especial de Fernanda Montenegro. Em 2001, há mais de 20 anos, Salles concorreu ao Leão de Ouro com "Abril Despedaçado".

Imagem de 'Ainda Estou Aqui', filme de Walter Salles com Selton Mello e Fernanda Torres
Imagem de 'Ainda Estou Aqui', filme de Walter Salles com Selton Mello e Fernanda Torres Imagem: Divulgação
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"O Walter Salles domina o gênero do drama e do drama de família, drama de grandes histórias, dramas muito humanos, cinema muito humanista, como poucos. Então, o Brasil tem chances sim. O fato de estarmos entre os competidores, ao lado de Luca Guadagnino, Pedro Almodóvar e entre tantos outros mestres, significa que temos chances reais", opina Flavia.

"Ainda Estou Aqui" conta a história verídica de Eunice Paiva, esposa do ex-deputado Rubens Paiva, que foi sequestrado pela ditadura militar. Em um Brasil de 1970, a dona de casa se vê obrigada a virar ativista de direitos humanos após o desaparecimento de seu marido.

Brasileiros no júri

Na bancada do júri internacional, o brasileiro Kleber Mendonça Filho integra o time composto por James Gray (Estados Unidos), Andrew Haigh (Reino Unido), Agnieszka Holland (Polônia), Abderrahmane Sissako (Mauritânia), Giuseppe Tornator (Itália), Julia von Heinz (Alemanha) e Zhang Ziyi (China). Nesta edição, o júri internacional será presidido pela atriz francesa Isabelle Huppert.

Já Bárbara Paz está no júri de prêmio para novos cineastas. A atriz brasileira fará parte do júri do Prêmio Luigi De Laurentiis, que selecionará o melhor longa-metragem de estreia.

Produções brasileiras em destaque

Primeiro longa de ficção da cineasta Marianna Brennand, "Manas" está na Jornada dos Autores, "Giornate degli Autori". Além disso, "40 Dias Sem o Sol", de Joao Furia, será exibido fora de competição, na mostra Venice Immersive.

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Cena de "Manas", filme de Marianna Brennand, que participa da Jornada dos Autores no Festival de Veneza 2024
Cena de "Manas", filme de Marianna Brennand, que participa da Jornada dos Autores no Festival de Veneza 2024 Imagem: Divulgação

Já o curta-metragem "Minha Mãe é uma Vaca", de Moara Passoni, será visto na mostra Orizzonti, e "A Hora e Vez de Augusto Matraga", de Roberto Santos, na Venice Classics.

O cinema brasileiro também marca presença com "Apocalipse nos Trópicos", novo documentário de Petra Costa, que será exibido fora de competição nesta quinta (29). O filme investiga o fundamentalismo religioso no Brasil durante a pandemia de covid-19 e a liderança de Bolsonaro. Em 2020, Petra foi indicada ao Oscar de melhor documentário por seu "Democracia em Vertigem".

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