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OPINIÃO

Maduro e relaxado, grupo NCT Dream mostra evolução em 2º show no Brasil

NCT Dream no Espaço Unimed com os fãs brasileiros Imagem: @nct_dream/Instagram

Camila Monteiro

Colaboração para Splash, em São Paulo

03/09/2024 11h10

Quem é fã do Universo NCT está acostumado a ir a shows do grupo no Brasil em plena segunda-feira. Não é a primeira e provavelmente não será a última vez que isso acontece. E, pela quantidade de pessoas nas redondezas do Espaço Unimed, o dia da semana não parece um problema para os nctzens, fãs do grupo.

Pouco antes de o show começar, uma das músicas mais emotivas sobre a trajetória deles, que começaram ainda meninos, bem novos, toca; "Graduation" é como se fosse uma passagem de tempo, pois assim que as luzes se apagam, o NCT que entra no palco é outro.

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Mais maduros e ousados

A primeira parte do show já é completamente diferente da primeira turnê que eles trouxeram ao Brasil, The Dream Show 2, marcada por muitos momentos fofos. Eles já começam saindo de dentro da caixa (com a música "Box"), com looks mais soturnos, jaquetas de couro e outra atitude.

Jaemin domina esse primeiro momento do show, onde eles alternam entre dois palcos e apresentam uma das melhores músicas do catálogo mais antigo deles: "GO". Muito simpáticos e arranhando um português, escutamos "Olá sou Jisung Park", maknae que fala (em português): "A próxima música é Poison", provavelmente o número mais aguardado da noite.

A sequência "Go", "Poison" e "Drippin'" é uma das mais fortes do setlist, que sofreu uma série de alterações durante a turnê e deixou a desejar em algumas escolhas. No entanto aqui, não somente as músicas mas principalmente as performances, tiveram uma distribuição entre palcos e setores, com cada um dançando em um canto, de frente para o público; todo mundo foi contemplado.

Trios de músicas

Nessa altura já dava para perceber que a narrativa do show era toda contada em trios de músicas, agrupadas pelos conceitos e energia que emanam. Com um segundo VCR "Korea Horror Story", com direito a Mark mordendo uma maça de pregos, fechamos a etapa mais ousada e entramos na fase "escola moderna". O trio escolhido da vez é a animadíssima "Arcade", a favorita dos fãs "We Go Up" e a finalização de todo esse caos do bem no palco com "Bungee".

Conceito sexy

Embora os "dreamies" sejam conhecidos por várias de suas músicas fofas, há uma pausa para os artistas respirarem e tomarem água, e Mark aproveita para fazer um teste com o público, questionando qual dos conceitos que eles trabalham nas suas eras musicais os fãs preferem.

Entre as opções cute (fofo), sexy e heart-wearming (comovente), o sexy ganhou fácil.

Momento dreamie

Após mais uma pausa, começa a parte mais raíz do grupo, que remete ao primeiro show por aqui, com eles sentados cantando a bonita "Walk with You". Chenle fala diversas vezes: "cantem junto com a gente", e podemos ver que o microfone está muito ligado, mostrando um dos pontos fortes do grupo: a harmonização.

Uma das músicas mais bonitas deles, "Never goodbye" é apresentada logo em seguida, e ao olhar ao redor percebo várias fãs chorando, muito emocionadas. É daqueles momentos que tocam. A vocal line brilha muito nessa parte do show, com Haechan e Chenle mostrando que são dois vocalistas excelentes. A falta de Renjun, outra grande voz do grupo, que está em hiato, é sentida, mas o grupo consegue se adaptar bem, fechando essa trilogia com "Breathing".

Bate cabelo NCTzen

A nova seção do show é repleta de cores, looks urbanos, mochilas de bichinhos, tudo altamente instagramável e moderno. O VCR é um curta metragem e toda vez que Renjun aparece, o público berra.

De volta ao palco, o grupo chega com a energia lá em cima com o sucesso "Yogurt Shake", outra favorita dos fãs. O trio de músicas escolhido aqui é feito para todo mundo no local pular, mesmo que não conheçam as músicas. "Pretzel" mantém a energia num nível altíssimo, que culmina com um dos maiores hits recentes deles, a versão deles de "Candy". Chenle chama atenção por se divertir muito, interagir com o público além de fazer manobras com o próprio microfone.

Mudança de roupa

Assim que acaba o trio bate cabelo, os membros trocam de roupa ali no palco mesmo, uma dinâmica interessante, pois eles vão conversando, perguntam se alguém quer água (muitas fãs estão de pé há horas) enquanto entram em outro clima, agora de jaquetas brancas e de volta ao conceito "comovente".

Já num clima fim de show — apesar de não estar propriamente no fim —, esse é o momento que temos "Dream Run", seguida de chuva de papel dourado em "Better than Gold" e muita gritaria com todo mundo cantando "Fireflies", ainda no palco secundário, com Chenle de óculos escuros e todos interagindo bastante com o público.

Quando eles se encaminham para o palco principal, o do fundo, sabemos que duas das maiores estão por vir: "Hello Future" e "Broken Melodies", com mais papeis brancos caindo nas nossas caras, coreografias completas e sensação de que esse duo define muito o sentimento dos fãs em relação ao grupo.

Retorno do caos

No último VCR entramos numa fase revoltados com banda de garagem, Jeno usando camiseta dos Ramones e temos um dos pontos altos do show, pelo menos no quesito coreografias, com "Skateboard" trazendo os membros fazendo "freestyle", seguida do single "ISTJ", cuja coreografia é insana e Jisung tem seu grande momento, mostrando que é um dos melhores dançarinos em atividade no k-pop. Para fechar o trio, temos outro hit, a divertida "Smoothie", que é a útlima música antes do "bis".

Bis e ausências

Os seis membros do grupo retornam para cantar o novo single em inglês, "Rains in Heaven", com mais chuva de papel picado, e finalizam o show com "ANL" e "Like We Just Met", não sem antes pausarem para a tradicional foto com fãs e admirarem o banner feito especialmente para o show daqui.

NCT Dream com os banners feitos por fãs brasileiras Imagem: SM/Divulgação

Em pouco mais de duas horas, NCT Dream não é o mesmo do ano passado, e que bom. O show, apesar de bem estruturado, pareceu dar mais chance aos artistas de interagirem com o público e de exalar mais naturalidade e confiança no palco. Todos estavam nitidamente confortáveis e mais soltos. Ainda assim, fica o protesto em relação à setlist, que poderia ser melhor. Algumas faltas bastante sentidas: "Tangerine Love", "Unknown", "Dive into You" e "119".

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

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