Audiência de custódia de Deolane tem data marcada; ela irá dormir na prisão

Deolane Bezerra, 36, teve a audiência de custódia marcada para esta quinta-feira (5), diretamente do Instituto Bom Pastor, que é a Colônia Penal Feminina do Recife, em Pernambuco. A informação foi confirmada por Splash com a equipe da artista e com a SEAP/PE (Secretaria de Administração Penitenciária e Ressocialização de Pernambuco).

O que aconteceu

Splash apurou que a audiência de custódia está prevista para ocorrer no período da manhã do dia 5 de setembro — sem horário definido em virtude do fluxo de outros casos. Provavelmente a empresária será ouvida pela Justiça num encontro online, para não precisar deixar o Instituto Bom Pastor.

Audiência de custódia estuda toda a operação da prisão e irá definir se manterá Deolane Bezerra presa ou em liberdade para responder pelo caso. Com a decisão, a empresária terá de passar a noite desta quarta-feira (4) na Colônia Penal Feminina do Recife.

Artista ficará em uma cela reservada por "questões de segurança". "A Secretaria de Administração Penitenciária e Ressocialização de Pernambuco (SEAP/PE) informa que Deolane Bezerra chegou, na tarde desta quarta-feira (04/09), à Colônia Penal Feminina do Recife, na Região Metropolitana do Recife. Por se tratar de um caso de repercussão, a unidade prisional tomou as medidas cabíveis de segurança a fim de resguardar a integridade física da pessoa privada de liberdade, mantendo-a em cela reservada. Por questão de segurança, mais detalhes sobre a prisão não podem ser repassados", informou a unidade para Splash.

Habeas corpus negado

Horas antes, o advogado de Deolane pediu a substituição da prisão preventiva por "medidas cautelares menos gravosas". "Considerando a ausência de periculosidade concreta e a possibilidade de aplicação de medidas cautelares diversas, a prisão preventiva de Deolane Bezerra Santos mostra-se desproporcional e desnecessária", argumenta.

Ele defende ainda que a prisão de Deolane "causa danos irreparáveis à sua imagem, reputação e ao exercício de sua profissão". A influenciadora também é advogada.

Além disso, afirma que outras medidas tomadas garantiriam a efetividade da investigação. Além de ser presa, Deolane entregou seu passaporte, teve seu porte de arma de fogo suspenso e bens bloqueados.

O juiz Claudio Jean Nogueira Virgínio negou o habeas corpus, afirmando que o pedido não cabe neste caso. Já há um outro pedido de habeas corpus em andamento na 4ª Câmara Criminal e, por isso, o juiz repassou a decisão a essa câmara.

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A prisão

A influenciadora digital Deolane Bezerra foi presa durante uma operação contra uma organização criminosa voltada à prática de lavagem de dinheiro e jogos ilegais. A empresária foi encaminhada para o Depatri (Departamento de Repressão aos Crimes Patrimoniais), em Afogados, na zona oeste da cidade.

A polícia informou que a investigação tem como alvo uma organização criminosa, voltada a jogos ilegais. "As várias células da organização criminosa também operavam nas bets, mas o crime de origem diz respeito a jogos que não são autorizados pela legislação brasileira. As bets eram usadas na lavagem do dinheiro oriundo desse ramo ilegal de jogos", disse o delegado responsável em coletiva de imprensa realizada nesta manhã.

Em nota, a defesa de Deolane disse ainda não ter completa ciência dos fatos e que a investigação é sigilosa. "De antemão informamos que nossas clientes possuem condutas inquestionáveis e nunca se negaram a prestar qualquer tipo de esclarecimento, tal qual farão agora", diz a nota assinada pela advogada Adélia Soares.

Solange Bezerra, mãe da influenciadora, também foi presa pela Polícia Civil do estado. A informação foi confirmada pela filha Dayanne Bezerra.

Deolane publicou uma carta de próprio punho, em que se defendeu. "Estou passando aqui para tranquilizá-los e afirmar mais uma vez que estou sofrendo uma grande injustiça. É notório o preconceito e a perseguição contra minha pessoa e minha família, mas isso tudo servirá para provar mais uma vez para todos vocês que não pratico e nunca pratiquei crimes", escreveu.

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Investigação

Operação contra Deolane prende carros de luxo, aeronaves e joias
Operação contra Deolane prende carros de luxo, aeronaves e joias Imagem: Divulgação/PCPE

Investigação denominada "Integration" começou em abril de 2023 e tem o objetivo de identificar e desarticular uma organização criminosa voltada à prática de jogos ilegais e lavagem de dinheiro.

A Polícia Civil cumpre 19 mandados de prisão, 24 mandados de busca e apreensão domiciliar, sequestro de bens e valores, bloqueio judicial de ativos financeiros e outras medidas cautelares diversas de prisão. Todos expedidos pelo juízo da 12ª Vara Criminal da Comarca de Recife.

Operação contra Deolane prende carros de luxo, aeronaves e joias
Operação contra Deolane prende carros de luxo, aeronaves e joias Imagem: Divulgação/PCPE

Justiça determinou bloqueio de ativos financeiros no valor de R$ 2,1 bilhões. Os investigados também devem entregar passaportes e, se for o caso, terão o porte de arma suspenso.

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Polícia apreendeu um helicóptero, carros de luxo e dinheiro vivo, incluindo dólares e euros. Imagens divulgadas pela Polícia Civil de Pernambuco também mostram dezenas de joias apreendidas. A polícia ainda não informou a propriedade de cada bem apreendido.

Polícia apreendeu dinheiro e joias de Darwin Henrique da Silva Filho, empresário da Esportes da Sorte — empresa realiza apostas online e patrocina times de futebol. O advogado Pedro Avelino, que representa o empresário, falou com a Globo. "É importante registrar que a gente já se colocou à disposição da autoridade policial há mais de um ano e meio."

A nossa casa está de portas abertas para apresentar documentos, esclarecer dúvidas e prestar apoio irrestrito a qualquer ação investigatória. Atuamos sempre com muita transparência e lamentamos o fato de, no momento, estarmos às escuras, sem acesso aos autos do inquérito e aos motivos da ação policial. Esportes da Sorte

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Imagem: Divulgação/PCPE

As investigações foram assessoradas pela Diretoria de Inteligência da Polícia Civil de Pernambuco e pelo Laboratório de Tecnologia contra Lavagem de Dinheiro (LAB/LD), com o apoio do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF), da Organização Internacional de Polícia Criminal (INTERPOL), e das polícias civis dos estados de São Paulo, Paraná, Paraíba e Goiás.

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