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Juliette diz conquistar público naturalmente e ri de haters: 'Me alimentam'

Após divulgar seu primeiro álbum há um ano, Juliette, 34, tem muitos motivos para comemorar: "Ciclone" superou polêmicas e atingiu milhões de reproduções nas plataformas digitais. Em bate-papo com Splash, ela celebra os números e diz que não se incomoda com os haters.

Sucesso x haters

Com três anos de carreira, Juliette fica feliz por sentir que tem conquistado o público "genuinamente" com seus shows. "É engraçado porque falam 'eu não dava nada pelo show de Juliette' e, no final, ficam 'meu Deus, é bom, ela canta'... De início a galera não comprava a ideia de que sou cantora, é uma coisa que vai sendo conquistada natural e organicamente."

Ela acredita que há muitas especulações sobre sua trajetória pós-BBB e uma "carreira pronta", o que acaba reforçando o discurso de haters. Mas ela não liga para eles, pelo contrário. "Aprendi a lidar com os haters. Me machucam poucas vezes, na maioria das vezes, eles me alimentam."

Às vezes, só ligo o fod*-se e pronto. Mas, às vezes, falo 'vou pagar a sua língua' e faço uma música bem boa. Sabe aquele gostinho de [querer] provar? 'Sai da Frente' e 'Ninguém' foram escritas para os haters. Os haters são parte da minha arte. Independentememne de ser famosa ou não, sempre vai ter gente querendo diminuir você. É um retrato da sociedade. Óbvio que tem hora que você está triste e acaba atravessando você, mas estou firme e forte em 90% das vezes, rindo da cara deles e fazendo música.
Juliette

O álbum "Ciclone", lançado em agosto de 2023, mostrou aos fãs tudo o que a artista paraibana queria, além de reforçar seu lugar na música nacional. "Esse disco veio para fortalecer. É autoral, visceral, causou muita polêmica, muito ki ki ki. Muitas pessoas se incomodaram de me ver nesse lugar, como se não fosse possível para uma pessoa como eu. Tiveram que engolir no seco. Sim, o trabalho é muito bem feito, a maioria das letras é minha, são histórias minhas, são vivências minhas. Acho que consegui dar esse primeiro passo."

Um ano depois, claro, celebra os números: a faixa "Tengo" chegou a alcançar o top 1 do Spotify Brasil e o top 2 da parada global. "Fiquei emocionada, porque 'Tengo' é uma releitura de Gonzaga, só que do meu jeito. Quando bati o primeiro lugar, eu falei: 'Vai ter Gonzaga em primeiro lugar, sim'. Devo isso aos meus fãs, eles me elevam. Não fiz com esse propósito, fiquei surpresa, fiz para mim, tanto que nem é algo tão radiofônico, tem muitos elementos diferentes. (...) Já bati vários recordes no meu EP e no meu disco. Só gratidão mesmo."

Superando estereótipos

Ao longo desses três anos, Juliette tem mesclado o forró com outros estilos musicais — o que já gerou polêmicas. "O Nordeste também é forró, está na sua origem, mas nossa cultura é viva, muda o tempo inteiro, apesar de voltar lá atrás para buscar sonoridades e elementos. Estereótipos construídos retratam a cultura de uma forma caricata, como se ela tivesse parado no século passado. Não é! Vejo essa resistência em várias partes da sociedade. Por exemplo, acham que o São João é pintar o dente de preto, [usar] uma maquiagem caricata e roupa rasgada. Não é só isso que dá origem, há uma festa grandiosa com mistura de ritmos."

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'Ciclone' é o reflexo de como estou e do que quero falar. Fiz isso de forma genuína, contrariando a expectativa dos outros, não fiz o que esperavam de mim. Mostrei o que realmente sou: não sou só forró, assim como não sou só pop, isso ou aquilo. Tenho inúmeras vivências, gostos e aptidões. Tem pop, porque, sim, uma pessoa do nordeste também escuta. Tem a sanfona e o triângulo misturados com o beat.
Juliette

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