Nego Di 'simulou' contato com vencedora de rifa virtual de Porsche, diz MP

Nego Di, conhecido por participar do BBB 21 (Globo), teria fraudado uma rifa virtual cujo prêmio seria um Porsche. Nesta quinta-feira (5), o Ministério Público do Rio Grande do Sul relatou o caso nas denúncias contra o humorista por estelionato, lavagem de dinheiro, promoção de rifas e uso de documento falso.

O que aconteceu

Caso investigado pelo Ministério Público: o humorista anunciou rifa virtual de um Porsche e da quantia de R$ 150 mil em dezembro de 2023.

O que ele fez? Segundo o MP, o ex-BBB comercializou o veículo antes do término da promoção e fraudou a rifa adquirindo o bilhete vencedor. Para não ter problema com seus seguidores, ele simulou a tentativa de contato com a ganhadora — que não existia.

Uma rifa de um veículo de luxo foi realizada, mas o veículo foi comercializado antes do término da rifa. Mesmo assim, o próprio influenciador adquiriu os bilhetes até que chegasse ao bilhete vencedor e simulou, ainda por cima, a tentativa de entrega desse veículo, que era o prêmio principal dessa rifa.
Flávio Duarte, promotor que analisou a denúncia contra Nego Di

Dinheiro ilícito: o Ministério Público indica que o ex-BBB obteve um lucro, em razão desta e outras rifas ilícitas, em torno de R$ 2,5 milhões, referentes a mais de 300 mil transferências bancárias.

Denúncias contra Nego Di: o artista também responderá por promoção de loteria em forma de rifas digitais desde 2022, lavagem de dinheiro no valor de R$ 2,5 milhões e uso de documento falso — no episódio da suposta doação para campanha solidária para ajudar as vítimas da enchente que assolava o Rio Grande do Sul.

Defesa diz que provará a inocência do artista: Tatiana Borsa e Camila Kersch, advogadas de Nego Di, informaram que a defesa "provará a inocência munida de provas que comprovem a licitude" dos bens do humorista.

"A defesa de Nego Di, Dilson Alves da Silva Neto, e sua companheira afirma que provará a inocência dos representados munida de provas que comprovam a licitude de seus bens, a realização de parte da doação por troca de cachê de publicidade e movimentação financeira lícita. Seus bens apreendidos foram adquiridos de forma lícita, comprovando que sua renda é compatível com seu patrimônio", diz o comunicado.

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Por que Nego Di está preso?

Nego Di está preso desde o dia 14 de julho. Seu sócio, Anderson Boneti, foi detido pela Polícia Civil no dia 22, na cidade de Bombinhas (SC).

O empresário e o influenciador são acusados de terem aplicado golpe em mais de 300 pessoas, causando prejuízo de R$ 5 milhões aos consumidores da loja virtual Tadezueira. Segundo a polícia, os mandados de prisões preventivas foram expedidos diante da possibilidade de fuga. Dentre os crimes, estão: estelionato, lavagem de dinheiro, fraude tributária e rifa eletrônica.

No esquema criminoso, Boneti tinha a expertise digital e era responsável pelo funcionamento do site, enquanto Nego Di utilizava a sua imagem de figura pública. Agora entraremos numa segunda fase da investigação, com verificação de valores que entraram na conta e se há crimes de lavagem de dinheiro. Delegado Fernando Sodré, chefe da Polícia Civil gaúcha

O golpe consistia na venda de produtos por meio de uma loja virtual, de acordo com a Polícia Civil do RS. A investigação apontou que os produtos nunca foram entregues.

Os valores somam R$ 5 milhões. "Várias pessoas humildes foram vítimas dessa farsa. São pessoas humildes, que utilizam do seu trabalho, dinheiro, para fazerem a compra desse produto e acabam não recebendo", declarou o delegado titular da 1ª DP de Canoas Marco Guns, da Polícia Civil do Rio Grande do Sul, em coletiva.

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