De volta, Carlinhos Brown faz as pazes com o Rock in Rio: 'Tudo amadureceu'
Carlinhos Brown volta ao palco principal do Rock in Rio no dia 21 de setembro (domingo), no inédito Dia Brasil. Ele não se apresentava no agora Palco Mundo desde 2001, quando foi agredido pelo público com vaias e garrafadas. Hoje, afirma que o episódio foi "necessário" e está superado.
O músico se apresentará no show "Para Sempre MPB" ao lado de outros grandes artistas do gênero. Em entrevista a Splash, Carlinhos fala das expectativas para o retorno ao festival e para o show, em formato inédito.
Desde o incidente no Rock in Rio de 2001, Carlinhos se apresentou como convidado e em edições internacionais do festival e está animado para voltar ao palco principal no Rio de Janeiro. "É uma delícia estar em um lugar onde os artistas adoram estar e eu também adoro estar, onde eu tenho história. É o máximo, um grande acontecimento."
Ele diz que o episódio foi superado e que contribuiu para um amadurecimento do público e do festival. "Tudo isso se amadureceu. [...] O próprio Medina fala que não fez o Rock in Rio para ser só rock. Ele fez para ser tudo. Também não considero, ainda mais que isso está no passado, um episódio também desastroso. O Rock in Rio falava de um mundo melhor. E era necessário [acontecer isso], porque um evento como aquele disciplinava também outros festivais, com essa compreensão de que nós estamos no Brasil e nós podemos falar a língua que quiser e convidar quem quiser."
Que bom que foi comigo e que tive coragem, porque não aconteceu só comigo. [...] Também sou agradecido por aquele momento, porque poucas pessoas me conheciam. Fico muito mais atento hoje ao fato de que naquilo havia um discurso. Esse discurso do escárnio, das garrafas, é apenas uma cena a se ver. Eu vejo filosoficamente que aquilo foi necessário para mim, para o Rock in Rio e para o público, para a gente se entender mais. E hoje chamam de cancelamento. Carlinhos Brown
O dia todo dedicado à música brasileira seria um sinal desse amadurecimento. "É bonito, tem uma mídia enorme, e acho que é importante que festivais como esse aconteçam. É um festival que tem um alcance de comunicação gigantesca, embora nós tenhamos festivais aqui no Nordeste com números de audiência muito maiores, mas que não têm o mesmo approach, não têm a mesma visão que as pessoas têm. [...] A música mundial passou pelo Rock in Rio, e isso é lindo. É bom estar no Rock in Rio, e é bom ter um dia voltado à música brasileira. É sinal de que amadurecemos."
Carlinhos está animado para subir ao palco com BaianaSystem, Daniela Mercury, Gaby Amarantos, Majur, Margareth Menezes e Ney Matogrosso, em um show de formato inédito no festival. "Graças a Deus, de 20 anos para cá, o que não me falta são hits para botar a turma cantando junto. Espero que eles venham comigo e que isso vai ser lindo, vai ser muito lindo. Fiquei bastante empolgado com essa possibilidade, porque eu adoro ineditismo. Estou muito feliz de poder fazer essas coisas e de poder estar junto nesse dia no Rock in Rio."
Ele acredita que o Dia Brasil vem para mostrar a diversidade da música brasileira ao público. "A música brasileira é diversa, e precisa se mostrar diversa. Essa ideia de nichos, essa coisa de bola da vez, interfere bastante no criativo do Brasil. [...] O Brasil é diverso e o público curte tudo. O ouvido do brasileiro não é monotemático, é muito aberto. É uma noite que vai brilhar muito, porque a gente vai ouvir ali um pouco de Brasil em cada artista."
Rock in Rio 2024
Quando: dias 13, 14, 15, 19, 20, 21 e 22 de setembro, a partir das 14h
Onde: Cidade do Rock
Quanto: R$ 397,50 (meia), R$ 675,75 (benefício Itaú 15%) e R$ 795 (inteira)
Classificação: 16 anos
Ingressos à venda pelo site da Ticketmaster.
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