Roberto Justus diz que foi sondado para ser presidente 'antes de Bolsonaro'

Roberto Justus, 69, revelou que foi "sondado" para disputar a Presidência da República em 2018 antes da oficialização da candidatura de Jair Bolsonaro (PL).

O que aconteceu

Apresentador contou que foi sondado pessoalmente pelo então presidente Michel Temer. Durante participação no podcast Inteligência Ltda., Justus explicou que Temer pretendia lançá-lo como candidato do MDB e que o partido havia feito uma pesquisa que mostrava baixo índice de rejeição ao nome dele junto aos eleitores.

Tive um convite para ser presidente da República antes do Bolsonaro em 2018. Fui a Brasília conversar com o presidente Temer e ele mesmo disse: 'Eu não vou ser reeleito'... E ele me sondou para ser candidato do MDB na época. Foi uma conversa, nada evoluiu... Foi lisonjeiro, muito querido da parte dele, mas não daria [para mim].
-- Roberto Justus

Justus disse que sempre que encontra Temer, o emedebista diz que ele teria sido eleito caso tivesse disputado o pleito de 2018. "Ele brinca comigo sempre que me encontra: 'você seria presidente, você viu o Bolsonaro foi eleito sem campanha, você tem o nome, não tinha rejeição, era fora do mundo político'".

Naquele pleito, Justus não concorreu, mas apoiou a candidatura de Bolsonaro, que ele diz ter sido eleito apenas por ser o nome de oposição ao PT. "Eu era mais conhecido que o Bolsonaro e sem rejeição. Sendo bem honesto, quem foi eleito na época [2018] era muito mais para evitar o PT, porque a rejeição [ao partido] era gigantesca e [a população] não queria o político tradicional, apesar de que ele [Bolsonaro] foi político por 30 anos, mas nunca foi gestor, executivo, sempre no legislativo".

Roberto Justus ainda avaliou a gestão de Bolsonaro. O empresário, que apoiou novamente a candidatura bolsonarista em 2022, dessa vez derrotada, opinou que o ex-presidente montou um bom ministério, mas admitiu que ele "fez coisas absurdas" que culminaram na não reeleição.

Apoiei na última eleição o governo anterior porque tinha bons ministros, mas acho que o presidente [Bolsonaro] pecou muito, tive até a oportunidade de falar isso para ele pessoalmente. Não gostava do jeito que ele falava, dos absurdos que ele fazia, mas ele era um cara simples na essência e que montou uma equipe maravilhosa, como o Paulo Guedes, em defesa das privatizações. Isso eu apoiava porque eu não gosto de estatização.

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