Ela estourou no TikTok e virou best-seller com romances teen: 'Sou imatura'
Queridinha entre as adolescentes, Lynn Painter é uma das atrações da Bienal do Livro de São Paulo deste sábado (7).
As vendas de seus livros explodiram após caírem na boca das influenciadoras que comentam literatura nas redes sociais, permitindo que ela deixasse um trabalho enfadonho para trás e se dedicasse à carreira de autora em tempo integral. Em entrevista a Splash, ela brinca ao explicar o porquê de escrever romances para esse público: "Sou um pouco imatura", ri.
Lynn ama ler desde a infância, mas conta que só viu a literatura como profissão mais tarde, depois de casar e ter filhos. "Uma vez, minha irmã disse: 'Vi um escritor em um programa de TV. Você lê tanto, devia escrever um livro'. É um comentário meio ridículo, tipo: 'Você gosta de remédio, deveria ser médico!'. [...] Mas fez com que eu voltasse para a faculdade e me dedicasse a isso. Fiquei tipo: 'Ah, essa é a coisa que eu mais gosto de fazer. Com certeza quero fazer isso o tempo inteiro'."
Após uma influenciadora famosa divulgar o livro "Melhor do que Nos Filmes", a obra virou uma sensação no TikTok. "No lançamento, o livro foi bem. Não foi um sucesso, mas foi bem. [Mais tarde], a influenciadora Haley Pham disse que este era seu livro preferido. [...] E tem sido uma loucura desde então."
Graças ao sucesso no "BookTok", Lynn agora se dedica aos livros em tempo integral. "Eu era gerente de facilities, então pagava o aluguel, as faxineiras e garantia a encomenda do papel higiênico. Era um trabalho 'muito empolgante'", diz, em tom irônico. "Mas foi maravilhoso porque eu voltava para casa e mergulhava no meu mundo imaginário."
Eu não fiz nada para viralizar, e sou muito grata. Não sei como caí nesse mundo [do BookTok], mas devo muito a isso. Não sei como dei tanta sorte. Lynn Painter
Rodeada de filhos adolescentes, ela diz que escrever para esse público é natural — e brinca ao dizer que é um pouco imatura. "Eu não sei porque escolhi escrever para jovens adultos. Meu marido sempre brinca e diz que meu córtex frontal nunca se desenvolveu, ou algo assim, porque sou um pouco imatura. Não quer dizer que jovens adultos sejam imaturos, mas não sei. É uma voz que sempre pareceu natural e confortável para mim. Além disso, tenho vários filhos, muitos filhos. Então estou cercada de barulho de adolescentes há um milhão de anos. E também, quando você passa muitas horas no TikTok, tudo isso acaba entrando na sua cabeça."
Para ela, a parte mais desafiadora é manter os livros "atemporais", mas atualizados em relação à vida dos adolescentes. "É preciso ser contemporâneo, mas vago o suficiente para poder atravessar as mudanças. Estou sempre em uma corda-bamba, tentando acertar o ponto de ser relevante, mas de não ser forçada, tentando soar jovem. É complicado".
O livro "Apostando no Amor", por exemplo, não discute muito as redes sociais — mas não com a intenção de "dar lição" nos adolescentes. "Quando era adolescente, eu sempre me afastei de livros em que o autor estava tentando me dar uma lição. Eu preferia ler um livro horrível, obsceno, do que ouvir ao que um adulto achava que eu deveria ler. Então tento não forçar isso de que 'redes sociais são ruins'. Mas também não quero que sejam o foco."
Lynn é apaixonada por comédias românticas e adora incluir clichês em suas histórias. "Eu acho que não conseguiria escrever nada além de comédias românticas. Sou uma sonhadora de coração bobo, então só consumo comédias românticas. É meu gênero preferido." Entre suas comédias românticas preferidas no cinema estão "Harry e Sally" e "Mensagem para Você".
Eu amo clichês porque vários deles, como 'inimigos que se apaixonam', são formas únicas de mostrar os personagens vendo um ao outro sob um prisma diferente. Tipo, tem esse cara que você detesta, mas ele [faz algo legal] e tipo: 'Ele é o demônio! E está fazendo algo bom?'. Eu amo quando os personagens percebem que seus preconceitos estavam errados. É muito divertido. Lynn Painter
A autora está empolgada para visitar a Bienal de São Paulo — onde ingressos para sua sessão de autógrafos se esgotaram rapidamente. "Estou animada para conhecer São Paulo e animada para ver os leitores brasileiros. [Na Bienal do Rio], eu não conheci ninguém que não fosse entusiasmado, alegre e maravilhoso. A Bienal tem um aspecto familiar incrível, de levar os filhos todos os anos desde que são crianças. Não temos nada assim aqui [nos EUA]. Brasil, para mim, é a mesma coisa que alegria pura, então estou muito animada para voltar."
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