OPINIÃO
Rap sulista do solitário 21 Savage não empolga multidão do Rock in Rio
Marco Antonio Barbosa
Colaboração para Splash, no Rio
13/09/2024 23h30
21 Savage chegou (quase) sozinho para encarar a imensidão do Palco Mundo na sexta (13), primeiro dia de Rock in Rio. Talvez devesse ter trazido pelo menos um de seus amigos mais famosos. Amparado apenas pelo DJ Marc B e por um telão, o rapper inglês radicado nos EUA sofreu para aquecer a plateia ansiosa por Travis Scott. As bases minimais e o canto moroso, típicos do rap sulista norte-americano, não são adequadas para chacoalhar multidões. E o astro parecia intimidado, sem o jogo de cintura para encarar toda aquela grandiosidade. Talvez se as músicas tivessem hooks mais cativantes ou grooves mais redondos. Ou se houvesse dançarinos no palco para disfarçar o vazio. Ou se o DJ não deixasse silêncios meio constrangedores entre uma faixa e outra...
ME ENGANA QUE EU GOSTO
21 Savage apresentou uma versão editada do setlist da turnê "American Dream". O problema é que o show ainda foi mais encurtado por uma abertura com o DJ Marc B, que tocou músicas como "We Will Rock You" (Queen) e "Fireworks" (Katy Perry).
Relacionadas
PRESENÇAS AUSENTES
Praticamente todos os hits de 21 Savage contam com participações de outros artistas mais famosos, que ocupam grandes espaços das canções. Daí o cara fica um tempão sem cantar em momentos como "On BS", "Glock on My Lap" e "Creepin'", protagonizadas, respectivamente, por Drake, Metro Boomin' e The Weeknd.
LEVANTANDO
Apesar da letargia geral, houve passagens de eventual empolgação. Caso do sucesso "Bank Account", cujo refrão realmente puxou a galera, e do bom jogo de pergunta-e-resposta no rap da suingada "A Lot".
É DO BRASIL
De modo previsível, o single "Redrum" ficou para o fim do show. O hit tem significado especial para a plateia brasileira pelo destacado sample da música "Serenata do Adeus", da cantora Elza Laranjeira. O efeito da gravação ancestral é fantasmagórico, o melhor momento do set. Mas aí já estávamos no final.
** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL