Rock in Rio: Veigh & Kayblack usam pirotecnia para camuflar falta de ideias
O trap brasileiro é movido a sexo e dinheiro, temas constantes em 99% dos hits do estilo. A fórmula é cansativa e já deu o que tinha de dar (por mais que os números de execução em streaming sugiram o oposto). Em sua estreia no Rock in Rio, na sexta (13), Veigh & Kayblack apostaram na pirotecnia para camuflar a falta de ideias musicais. Até que deu certo. Aditivado por fogos de artifício, projeções, trocas de figurino e coreografias, o espetáculo ganhou ares cinematográficos. E desce mais redondo que as intermináveis playlists de trap, com seus hits tão iguais uns aos outros.
HARDCORE X ROMÂNTICO
O show no Palco Sunset foi conjunto, mas nem tanto; para além da abertura (com "Confissões Pt.2"), a dupla preferiu alternar-se em cena. Desse jeito, ficaram demarcadas as diferenças de estilo entre Veigh (mais "hardcore" e focado na grana e na fama) e Kayblack (o "romântico").
RINGUE
Veigh e Kayblack surgiram no palco em clima de luta de boxe, trajando roupões coloridos e ao som do tema do filme "Rocky".
AUTOTUNE
Kayblack abusou do efeito em músicas como "Melhor Só" e "Licor 43". Ficou exagerado, mesmo em comparação às versões de estúdio.
VULGO FK
Chamado ao palco por Kayblack para cantar em "Meca Cereja", Vulgo FK foi apresentado pelo parceiro como "uma das melhores vozes do movimento trap". Ironicamente, também apelou ao autotune em excesso...
SAX & ENCENAÇÃO
Para rebater a dobradinha Kayblack & Vulgo FK, Veigh convocou um saxofonista para solar em "Perdoa por Tudo Vida", e encenou a briga de casal narrada na letra com uma dançarina.
MENSAGEM
Sim, trap é sobre grana e mulheres. Mas há espaço para toques mais profundos. "Sei que o momento agora é de curtição, mas tenho uma mensagem importante pra passar", anuncia Kayblack antes de mandar "Carta pra Deus".
ALCIONE
Quase no fim de sua apresentação, Veigh sacou o hit "Loucura", seu momento mais aplaudido, com direito a interpolação da voz de Alcione e participação do rapper Borges.
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