'Futuro do blues', Kingfish só repete o que já passou no Rock in Rio
Chamado de "o futuro do blues" e dono de um Grammy (Melhor Álbum de Blues Contemporâneo, em 2022), Christone "Kingfish" Ingram só tem 25 anos. E, ainda garotão, já se configura como digno herdeiro das tradições da música negra americana. Mais associado ao blues, o músico mostrou no Palco Sunset que também é capaz de sincretismos. Em seu som, cabe (muito) funk, rock, r'n'b de raiz e até interlúdios jazzisticos. Não se pode dizer que o resultado seja particularmente original ou desafiador. O jovem prodígio é bem fiel ao cânone do(s) gênero(s) pelos quais percorre. Bom de voz, melhor ainda na guitarra, Kingfish não engana ninguém e só promete o que pode cumprir; quem quisesse ousadia, que procurasse noutro canto.
CURRÍCULO
Antes de a banda começar a tocar, o show é introduzido por uma gravação enumerando os feitos já acumulados por Kingfish, incluindo citações de elogios da crítica e a lembrança de sua vitória no Grammy. Daí entram os músicos, segurando um bom groove suingado, antes de o líder iniciar com "Midnight Heat".
ESMERIL
Se gastássemos espaço detalhando cada um dos elaborados solos de guitarra do show, haveria espaço para pouca coisa mais. Mas vale destacar as notas longamente sustentadas em "Empty Promises", num estilo próximo ao de B.B. King, e uma rápida incorporação de Hendrix na intro de "Hard Times".
KEYTAR
Por falar em "Hard Times": foi o momento em que o tecladista D-Vibes se empolgou e foi solar uma keytar -- aquele teclado carregável a tiracolo -- junto a Kingfish.
DESCEU
E não foi que o próprio Kingfish também se empolgou? Desceu do palco em "Not Gonna Lie" e, pertinho da plateia, solou sua Gibson Les Paul preta por um tempão. Tocou até com os dentes. Na volta ao palco, emendou a pesadona "Outside of This Town".
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