OPINIÃO
Geraldo Azevedo transforma Rock in Rio em 'Forró in Rio' no Global Village
Leonardo Lichote
Colaboração para Splash, no Rio
14/09/2024 22h52
A certa altura do show de Geraldo Azevedo no Global Village, alguém comentou na plateia: "Forró in Rio". A brincadeira resume bem o que foi a apresentação do artista no Rock in Rio neste sábado (14). Entre sucessos de sua autoria ("Dona da Minha Cabeça", "Dia Branco", "Moça Bonita"), clássicos dos forrós e outras pouco vistas nesse ambiente, como "Paula e Bebeto" (de Milton Nascimento e Caetano Veloso), Geraldo fez da Cidade do Rock sua sala de reboco, com direito a zabumba e sanfona. Escalado de última hora para substituir Hermeto Pascoal, ele fez uma apresentação com jeito de coletânea e calor de arrasta-pé.
NÃO TEM CORAÇÃO QUE ESQUEÇA
O grande destaque do show foi "Bicho de Sete Cabeças", que Geraldo cantou acompanhado apenas de seu violão e da flauta de Cesar Michiles. Além das notas tramadas com virtuosismo, a performance teve ainda uma espécie de "beatbox de zabumba" do flautista, que fazia a percussão com a boca ao mesmo tempo em que tocava seu instrumento.
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ROSAS E CORAÇÕES
Em alguns momentos o telão mostrou imagens que ajudavam a criar o clima de forró, como bandeirinhas de São João contra o céu. Mas muitas vezes trazia animações digitais sobre temas como corações, estrelas e rosas. Apesar de se relacionarem de alguma maneira com os temas das canções (estrelas para "Táxi Lunar", por exemplo), o resultado destoou.
TAJ MAHAL
Anunciando que era Dia Internacional do atrevo, Geraldo puxou "Frevo Mulher" e a plateia reagiu com empolgação. E, maior surpresa do roteiro, emendou "Taj Mahal" (de Jorge Ben Jor) em ritmo de frevo. Poucos repararam, mas não deixava de ser curioso ouvir a canção ao lado de uma réplica do palácio indiano -- parte do cenário do Global Village.
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